Universidades

10/11/2023 15:15h

Segunda etapa do exame é realizada neste domingo (12) em todo o país

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Acontece neste domingo (12) a segunda fase do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, quando os candidatos realizam as provas de Matemática e Ciências da Natureza. E nesta reta final, os 3,9 milhões de estudantes inscritos precisam adotar estratégias para controlar a ansiedade e garantir a tranquilidade necessária para fazer uma boa prova. 

Cuidar da saúde mental e não querer passar os últimos dias antes do exame estudando novos conteúdos é fundamental. O indicado é fazer uma revisão das questões ou rever algumas fórmulas. Neste momento, é mais importante tentar se distrair para evitar a tensão da véspera. 

É o que a estudante Maria Eduarda Gonçalves, de 18 anos, decidiu fazer. No sábado ela optou por sair com as amigas. “É muita pressão, você fica pensando se vai passar ou não… A minha estratégia é dormir cedo para dar conta do dia, estudar, e me distrair um pouco”, conta. 

O psicólogo Augusto Jimenez explica que esse é o caminho para estar bem no dia da prova, mas ele ainda acrescenta outras três dicas básicas para ter sucesso no Enem: fazer atividades físicas, respeitar o seu tempo e contar com apoio psicológico. “Dormir bem é essencial, porque é à noite que o nosso cérebro realmente vem a executar funções necessárias no bom funcionamento, ajudando muito no aprendizado diário”. 

Por se tratar de um período de escolhas sobre futuro e carreira para muitos jovens, a ansiedade costuma estar em alta e o apoio psicológico é valioso. “Ajuda a identificar e entender os seus sentimentos e é uma das chaves para uma saúde psíquica ainda melhor”, observa Jimenez. 

Provas 

O Enem é composto por 180 questões objetivas e uma redação. A primeira etapa foi realizada no último domingo (5), com as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas, além da redação. Já no segundo dia de provas, são 45 questões de Ciências da Natureza e 45 questões de Matemática.

O exame começa às 13h30 e vai até as 18h30, mas os portões dos locais de prova são fechados às 13h (horário de Brasília). O gabarito oficial será divulgado no dia 24 de novembro e os resultados estão previstos para 16 de janeiro de 2024.

O Enem é atualmente a principal forma de ingresso na educação superior, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados também são utilizados para programas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
 

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19/09/2023 19:30h

Vagas serão destinadas a estudantes que já estão matriculados nas instituições de ensino superior participantes. Nota do Enem será usada como critério de classificação

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A oferta de vagas remanescentes para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) estava suspensa desde 2021, mas este ano o Ministério da Educação retomou as convocações. Até o fim do ano está prevista a oferta de cerca de 60 mil vagas para alunos que já estão matriculados em instituições de ensino superior de todo o país. 

Os alunos que se inscreverem para ocupar as vagas serão selecionados de acordo com as notas obtidas no Enem — consideradas a partir de 2010. Antes essas vagas eram ocupadas por ordem de inscrição. 

De acordo com o MEC, até o próximo mês (outubro) serão divulgados o prazo de inscrições e os critérios para participação no processo seletivo.

Fies ajuda, mas não é a solução ainda 

Para a Elineide Fernandes, que é gestora educacional numa escola referência em Ensino Fundamental da cidade de Cabrobó, em Pernambuco, o financiamento estudantil para a educação superior ajuda, representa uma boa oportunidade para alunos de escolas públicas, mas não é a solução.

“Muitos alunos precisam trabalhar para ajudar em casa não só na idade adulta, mas quando ainda frequentam a escola. A maior parte deles sai do colégio e tem medo de se comprometer com uma dívida para continuar os estudos, por isso acaba desistindo.” A avaliação é da professora que já recebeu diversos prêmios por inovação escolar, e que conhece bem a realidade dos alunos, sobretudo os de cidades mais pobres do país. 

Para a gestora, além de ajudar a custear a educação superior, é preciso pensar em formas de garantir emprego e renda ao final da faculdade. 

“É preciso ser menos burocrático, porque quanto mais simples, mais fácil as pessoas aderirem. E era preciso que tivesse algo que garantisse uma vaga, fosse um pré-requisito para que ele se candidatasse a uma vaga e que garantisse que seria mais fácil dele ingressar no mercado de trabalho para conseguir custear esse financiamento.” 

Médica graças ao Fies 

Enquanto cursar uma faculdade privada no país ainda não é a realidade da maior parte dos estudantes, a médica Andressa Ribeiro, hoje com 32 anos, atribui ao Fies toda sua formação. Depois de anos tentando passar no vestibular de medicina numa instituição pública, ela entrou na faculdade particular e um mês depois conseguiu o financiamento que custeou 93% do valor das mensalidades. 

“Meu pai e minha irmã pegaram o empréstimo para pagar a matrícula e não sabíamos como faríamos para pagar as mensalidades. Mas logo no primeiro mês consegui o Fies. Uma faculdade que custava R$7 mil, mas graças ao financiamento minha família pagava R$400 por mês.”

Andressa já está formada em medicina mas ainda paga as parcelas do financiamento. Segundo ela, um valor alto, mas possível de pagar. 

“O resto eu pago hoje e é bem pesado o financiamento. Quando a gente começa a pagar é que sentimos o peso das parcelas. Mas, de qualquer maneira, agora eu já trabalho e graças ao Fies consegui meu diploma. Sou médica há dois anos e já tenho estabilidade financeira para pagar as parcelas.” 

O que é o Fies 

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da Educação  —  criado em 2001  —  para financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores particulares. Podem concorrer ao financiamento os estudantes que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação, como o Enem, por exemplo. 

Os financiamentos têm taxa de juros de 6,5% ao ano, e os alunos começam a pagar as parcelas até 18 meses após a conclusão da faculdade.

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23/08/2023 17:15h

Do total de 1.116 pessoas pesquisadas, 38% afirmam ter sofrido algum tipo de violência no ambiente acadêmico nos últimos cinco anos. Destes, 73% são mulheres, as maiores vítimas. Entre os registros está o assédio moral e sexual, estupro, racismo, xenofobia, homofobia e transfobia

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Uma pesquisa realizada com aproximadamente 1.116 pessoas entre acadêmicos, professores, técnicos e terceirizados de ambos os sexos nas Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Federal do Amazonas (Ufam) e do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), abrangendo unidades da capital e do interior com o objetivo de avaliar a violência contra mulheres em espaços acadêmicos constatou que 38% afirmam ter sofrido algum tipo de violência no ambiente acadêmico nos últimos cinco anos. 

Destes, 73% são mulheres, as maiores vítimas. Entre os registros está o assédio moral e sexual, estupro, racismo, xenofobia, homofobia e transfobia.  

A pesquisa foi realizada através de formulários virtuais com o objetivo de analisar a prática da violência, principalmente contra as mulheres, para entender quais são as particularidades das violências nas universidades públicas do Amazonas. A pesquisa também buscou identificar as principais expressões de violências utilizadas nesses espaços.  

O estudo foi realizado de 2019 a 2021 no âmbito do Programa Universal Amazonas, da Fapeam, e contou com parcerias da UEA, Ufam e Ifam. 

Para o especialista em segurança pública, Júlio Hott, as violências em espaços públicos acontecem de forma velada, então estudar esse tipo de situação é importante para melhorar as políticas públicas do local.

“Essa pesquisa, ou melhor, o resultado dessa pesquisa é muito importante para direcionar uma análise criminal com políticas públicas para tentar diminuir essa violência que certamente é uma violência sentida pelos que estão nessa vida acadêmica. E pode melhorar uma política pública direcionada para isso. E uma pesquisa certamente demonstra essa violência. Uma violência que até então era mantida de forma velada, de forma oculta”, destacou o especialista. 

Os resultados da pesquisa possibilitaram identificar a violencia ocorrida em ambos os sexos, apesar de que o sexo feminimo acaba sendo a maioria. 

“Esse trabalho de pesquisa é importante também quando aponta essas diferenças e a violência causada dessas diferenças principalmente sobre as mulheres que pelo menos fisicamente é hipossuficiente em relação ao homem. Isso gera também uma possibilidade de violência. Embora a mulher intelectualmente, psicologicamente, mentalmente seja igual ou até melhor do que o homem, mas fisicamente em regra geral ela é hipossuficiente”, concluiu.

Os resultados da pesquisa conduziram à elaboração de artigos, debates em eventos científicos sobre a violência contra mulheres nas universidades, bem como à produção de uma cartilha, um pôster e um livro abordando diversos artigos relacionados ao tema.

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13/08/2023 16:35h

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5384/20 que reformula a Lei de Cotas no ensino federal e amplia seu alcance

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Cotas para acesso às universidades ampliadas, com nova regulamentação. O assunto, contudo, que aborda esse sistema ainda não está pacificado na sociedade. A opinião é da advogada especialista em direito e gestão educacional, Ana Claudia Ferreira Júlio. Para ela, o projeto de lei 5384/20 que reformula a política de cotas nas universidades federais cumpre o seu papel, mas não é efetivamente o centro da discussão. “A lei já separa 50% das vagas das universidades federais para alunos que são egressos do ensino público, então esse é o primeiro enfoque da lei, mas realmente a lei acabou tomando essa discussão da questão racial para si e isso causa uma série de discussões”, analisa. Segundo a especialista, existe uma leitura superficial sobre o tema e a própria lei.

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5384/20 que reformula a Lei de Cotas no ensino federal. Um dos pontos do texto trata do novo mecanismo para o preenchimento das cotas. Os cotistas não teriam que concorrer somente às vagas estipuladas para seu subgrupo (pretos, pardos, indígenas, etc.), eles passarão a disputar às vagas gerais. Caso não alcancem a nota para ingresso, ela ainda poderá ser usada para concorrer às vagas reservadas a seu subgrupo dentro da cota global de 50%. A proposta agora será enviada para análise do Senado.

A consultora de Legislativo da BMJ Consultores Associados, Letícia Mendes, reconhece a importância e a necessidade de uma política de cotas, mas acredita que o que realmente segrega ainda é o próprio racismo. “A maior parte da população é formada por mulheres pretas, as quais ainda não ocupam os espaços acadêmicos. A argumentação de que cotas são segregadoras acabam sendo ainda mais racistas sendo blindadas a oportunidade para a população negra”, aponta.

Mendes diz que o projeto trouxe de fato um aprimoramento das políticas públicas —  e a adoção de novos critérios para ampliar o egresso de pessoas pretas, pardas e quilombolas. “Com as subcategorias, o estudante possui outros mecanismos que vão olhar a nota de corte e a realidade de quem está fazendo o processo seletivo. A prioridade de bolsas visa manter a permanência dos estudantes durante todo o curso”, avalia. 

A consultora destaca que muitos estudos revelam que pretos, pardos, indígenas e quilombolas têm entrado cada vez mais no ensino superior, mas ele defende que ainda existe espaço para melhorias. “Também é importante manter outros mecanismos de incentivo para que a universidade pública continue sendo parte da trajetória dos jovens, fazendo com que o percentual estabelecido seja totalmente preenchido”, salienta.

Espaço para novas melhorias

Para Patrícia Guimarães, advogada e co-presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/DF, o texto traz algumas alterações importantes para a manutenção da lei de cotas, no entanto, ainda vê espaço para mais. “Eu senti falta de algumas pessoas como, por exemplo, os ciganos. Nós temos quase 1 milhão de ciganos  e não foram citados dentro desse PL —  e eles também deveriam fazer parte desse sistema cotista”, enfatiza.

A especialista considera um avanço qualquer tipo de melhoria na questão das cotas, contudo, acredita que deveria ter uma maior preocupação com o ensino básico. “Muitas vezes, as cotas podem não ser atingidas porque as pessoas não conseguiram concluir o ensino médio. Dentro do Brasil, nós temos que entender que há a necessidade do fortalecimento da educação base para que essas pessoas possam ir concorrer ao ensino superior estando preparadas — e se isso não acontecer, existe a possibilidade de não se atingir as cotas”, ressalta Guimarães.

Inclusão de quilombolas

Maria Helena Serafin Rodrigues, de 35 anos, conhecida como Tuya Kalunga, mora na comunidade Tinguizal, no território Kalungas — o maior território quilombola do Brasil localizado nos municípios de Monte Alegre, Teresina de Goiás e Cavalcante — no nordeste do estado de Goiás, na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Ela comemora a decisão e conta que só teve a chance de se formar por causa do sistema de cotas.

“Hoje, eu jamais morando em um quilombo, morando em uma comunidade quilombola, teria a chance de chegar a voos tão altos que é de ser mestre dentro da comunidade, continuando a viver na comunidade, de ser concursada, professora de uma escola quilombola. Até o processo do concurso foi voltado para as especificidades quilombolas e indigenas”, explica.

Naiane Assis dos Santos, da comunidade Quilombo Segredo, em Souto Soares (BA), está no quarto ano técnico da Escola Família Agrícola no território da Chapada. Ela também defende a ampliação da política de cotas raciais.  “A importância desse projeto é que amplia oportunidades de ingresso em universidades federais, principalmente para os jovens das comunidades quilombolas, uma vez que, no passado, esses jovens não eram vistos pelas políticas públicas. A entrada nessas universidades federais pode possibilitar uma melhora tanto no mercado de trabalho, quanto na qualidade de vida de nós, jovens quilombolas”, enfatiza.

O projeto que segue agora para o Senado e ainda prevê que os estudantes que — não alcançarem a nota para ingresso na universidade — essa nota poderá ser usada para concorrência às vagas reservadas ao subgrupo dentro da cota global de 50%. Além disso, a lei continuará a ser avaliada, a cada dez anos.

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Educação
26/11/2022 17:30h

Os participantes têm até às 23h59 deste sábado (26) para responder o Questionário do Estudante. Quase 600 mil universitários se inscreveram no Exame

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o INEP, aplica, neste domingo (27), a prova do Enade para concluintes de 26 cursos. Incluído no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes, desde 2004 o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes avalia o rendimento dos estudantes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares. 
 
O Enade também considera na avaliação o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, além de analisar o nível dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial. 
 
Os participantes também devem responder o Questionário do Estudante, preenchido por meio do Sistema Enade, obrigatoriamente até às 23h59 deste sábado (26/11), seguindo o horário de Brasília. Para acessar o Sistema Enade é preciso ter uma conta na plataforma gov.br. Só depois de avançada esta etapa é que o estudante conseguirá visualizar o Cartão de Confirmação da Inscrição com informações sobre o local de prova. 

Coordenador de Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, David Renault explica que o Enade é um programa de aferição da educação universitária fundamental para garantir um ensino superior de qualidade no Brasil. 

“É um programa antigo, já tem tradição, é feito de forma independente, é um programa elaborado com questões por professores universitários de todo o país e é importante num país como o Brasil que tem milhares de instituições de ensinos públicas e privadas de diferentes níveis, de diferentes qualidades, de diferentes níveis de comprometimento com a qualidade do ensino”, avalia.

Mais de 405 mil estudantes já haviam preenchido o questionário até o último domingo (20/11), o que representa 67,75% dos 598.116 estudantes concluintes inscritos no exame. 
As respostas específicas do Questionário do Estudante de cada participante são sigilosas e  serão avaliadas pelo Inep por curso de graduação para a geração de estatísticas e indicadores educacionais. 

Estão obrigados a participarem do Enade os concluintes dos cursos de bacharelado das áreas de administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, direito, jornalismo, psicologia, publicidade e propaganda, relações internacionais, secretariado executivo, serviço social, teologia e turismo. 

Já nos cursos superiores de tecnologia, a prova do Enade é obrigatória para os concluintes das áreas de comércio exterior, design de interiores, design gráfico, design de moda, gastronomia, gestão comercial, gestão da qualidade, gestão pública, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais. 

“A expectativa é que o Enade possibilita que as instituições que são bem avaliadas continuem fazendo seu trabalho de forma que vem sendo feita e aperfeiçoando no que for possível e aquelas que são mal avaliadas que tentem consertar o que está errado, para que possa garantir uma formação de qualidade para o aluno”, destaca. “Porque uma formação de má qualidade não vai resolver nada também, se colocar um profissional que não tem qualificação no mercado é mesmo que nada”, pondera. 

A realização da prova e o preenchimento do Questionário do Estudante asseguram a regularidade dos inscritos junto ao exame. O não cumprimento de um desses instrumentos gera irregularidade no Enade e impossibilita a colação de grau do estudante. 

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Brasil Mineral
27/07/2022 14:48h

O revestimento é denominado biofuncionalização e feito por um processo de eletrodeposição com tratamento químico.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um implante bioativo capaz de desativar vírus e matar bactérias. O dispositivo funciona com um fino filme à base de cobre, com espessura 15 vezes menor do que um fio de cabelo. O revestimento é biocompatível e previne a contaminação do material por microorganismos causadores de infecções, como a osteomielite, que afeta os ossos, e a peri-implantite, no caso de próteses dentárias. 

A fabricação de ligas metálicas biomédicas com adição de cobre e prata não é uma novidade nos meios acadêmicos, mas em vez de misturar o cobre de forma homogênea na liga, os pesquisadores propuseram uma fase de recobrimento para os implantes já em estágio avançados de fabricação. A vantagem dessa tecnologia é que não será necessário alterar a matéria-prima, que é normalmente utilizada na produção de implantes metálicos, o que torna a implementação no processo produtivo mais viável. “Os implantes metálicos bactericidas e virucidas foram feitos com titânio e ligas comerciais e, com isso, não é preciso modificar as linhas de produção da indústria. A empresa fabricante do dispositivo só precisa incorporar a nova etapa no processo de fabricação já utilizado”, diz Éder Sócrates Najar Lopes, professor e pesquisador da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM Unicamp). O revestimento poderia ser incluído, por exemplo, em implantes permanentes, como os odontológicos, que usam parafusos de titânio para substituir a raiz de dentes, e os ortopédicos.

O revestimento é denominado biofuncionalização e feito por um processo de eletrodeposição com tratamento químico. A técnica permite o beneficiamento de peças em diferentes geometrias, das mais simples às mais complexas. Para agregar o cobre na superfície dos implantes, os pesquisadores aplicaram um tratamento térmico. As peças com a cobertura metálica foram aquecidas para que as partículas da película protetora se integrassem ao titânio. “Esse cobre que está na superfície começa um processo de difusão atômica, sendo transportado para dentro do titânio. Dessa forma, o revestimento passa a fazer parte do implante”, explica o pesquisador Luiz Antônio Côco. Isso evita que o implante sofra com a corrosão ao ser colocado em contato direto com os tecidos humanos. 

Os testes realizados em laboratório simularam o ambiente de um organismo vivo, o biomaterial, que se mostrou promissor. Os implantes revestidos pelo biomaterial registraram um leve aumento de resistência à corrosão, quando comparados com as ligas sem tratamento, e não apresentaram alteração das propriedades mecânicas. Os resultados foram verificados durante o doutorado de Luiz e a tecnologia teve o pedido de patente depositado pela Inova Unicamp no INPI. Os ensaios biológicos de biocompatibilidade com bactérias e vírus foram realizados pelas equipes dos professores Augusto Ducati Luchessi e Laís Pellizzer Gabriel, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA Unicamp), e Clarice Weis Arns, do Instituto de Biologia (IB Unicamp).

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A Política Mineral Brasileira

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O corpo humano tem uma tolerância alta ao cobre, mas em grandes concentrações esse metal pode matar as células saudáveis. O dispositivo intrauterino (DIU) é um exemplo do uso controlado do cobre para fins médicos. Introduzido no útero, o metal contido no aparato impede o encontro do espermatozóide com o óvulo. No caso dos implantes bioativos revestidos, o objetivo é impedir que vírus e bactérias se depositem no metal. No estudo desenvolvido pela Unicamp, os pesquisadores conseguiram controlar a quantidade de cobre exposta na superfície do implante, de forma a reduzir possíveis efeitos colaterais e toxicidade às células humanas. 

Já os implantes de titânio são normalmente fixados em contato com o osso, um tecido com pouca circulação sanguínea. A baixa vascularização dificulta a chegada de remédios, como antibióticos, no caso de infecções. Nesses casos, o tratamento pode incluir a retirada do implante, com nova cirurgia. “Isso pode levar a perdas ósseas e abrir a possibilidades de novas infecções, mas se o paciente tem um implante com o revestimento bioativo você consegue reduzir esse risco”, comenta Luiz. A dição do cobre libera lentamente íons que garantem os benefícios antibacterianos de ação prolongada. O revestimento impede o crescimento de microrganismos na superfície do implante e mantêm a atividade inibitória ou destrutiva antes, durante e depois das cirurgias, diminuindo assim a probabilidade da colonização por bactérias. As peças funcionalizadas também tiveram atividade virucida comprovada após seis horas. “Esse é um ótimo resultado, pois se equipara ao do cobre puro”, afirma Eder. 

A próxima fase dos estudos prevê testar os implantes bioativos em modelos animais e humanos. Empresas interessadas em explorar a tecnologia devem procurar a Agência de Inovação Inova Unicamp para negociações. “Estamos traçando um protocolo para ensaios in vivo”, diz o professor, que busca parceiros para o projeto. “Se tivermos uma empresa que invista nos testes, podemos acelerar o processo de validação, necessário para que a tecnologia chegue ao mercado”, completa.

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22/06/2022 03:00h

Inscrições começam em 28 de junho e candidatos já podem consultar regras e processos seletivos das instituições de ensino. Rio de Janeiro e Minas Gerais são estados com maior número de vagas pelo Sisu no segundo semestre

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Pessoas com interesse em começar um curso superior no segundo semestre deste ano já podem acessar o site do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) para consultar as quase 66 mil vagas disponíveis pelo programa. A maior parte delas é para instituições no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, estados que reúnem mais de um terço das vagas ofertadas. São 13.249 vagas no estado do Rio e 8.655 em Minas Gerais. O Sisu vai possibilitar o ingresso dos candidatos a mais de 2 mil cursos de graduação oferecidos por 73 universidades públicas em todo o país. 

No site do programa é possível consultar a quantidade de vagas por curso, instituição ou município de interesse. Os candidatos que fizeram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2021 poderão se candidatar a partir do dia 28 de junho e terão até as 23h59 de 1º de julho para concluir a inscrição. 

De acordo com o MEC (Ministério da Educação), são, no total, 65.932 vagas em todo o país. Duas universidades do Rio - a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - estão entre as dez instituições com maior oferta de vagas. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná é a que tem mais vagas com início no segundo semestre deste ano. 

Entre os cursos, os mais ofertados pelas instituições públicas neste segundo semestre são pedagogia, administração e matemática. Medicina e direito, cursos geralmente muito concorridos, também estão na lista dos dez mais oferecidos a partir de julho. 

Após as inscrições, os candidatos poderão conferir     o resultado da chamada única no dia 6 de julho e deverão fazer suas matrículas entre os dias 13 e 18 de julho. Para tentar ingresso nas instituições na segunda chamada, pela lista de espera, será necessário manifestar interesse dos dias 6 a 18 de julho. 

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20/04/2022 00:40h

Para os estudantes que já realizaram o exame, o prazo para confirmar as informações nas intuições que foram aprovados vai até a próxima quarta-feira (20/3)

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Os pré-selecionados na lista de espera do Prouni 2022 ainda podem confirmar as informações fornecidas no ato da inscrição do processo seletivo até esta quarta-feira (20). Para garantir a bolsa, a confirmação deve ser feita na instituição de ensino superior em que o estudante foi aprovado. Anteriormente, o período de confirmação ia de 8 a 13 de abril, mas foi ampliado até 20 de abril pelo Ministério da Educação (MEC), em publicação no Diário Oficial da União (DOU) da última quinta-feira (14/4). 

A não comprovação das informações ou a perda do prazo terá como consequência a reprovação do candidato. 

No mesmo edital, também foi ampliado o prazo para as instituições que participam desta edição do Prouni. O documento de concessão ou não da bolsa pode ser emitido até 22 de abril. 

O Prouni seleciona candidatos aptos para receber bolsas parciais e integrais em universidades particulares.  Para participar do programa, os estudantes precisam obter uma boa média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A lista de espera é a última etapa de seleção do programa.  Para garantir a bolsa, o candidato precisa possuir renda familiar de 1,5 salário mínimo. Já para a bolsa parcial, a renda familiar deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

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14/03/2022 19:25h

Nesta terça-feira (15), os estudantes que não conseguiram se inscrever no programa de financiamento estudantil terão mais uma chance em 2022

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O Ministério da Educação decidiu reabrir as inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) por mais 24 horas nesta terça-feira (15). O calendário original previa encerramento na sexta-feira (11), mas o ministério prolongou o prazo, após muitos candidatos sofrerem com instabilidades no site do programa. O site vai encerrar as inscrições às 23h59 desta terça-feira. 

Faça sua inscrição por aqui. 

É necessário que o estudante tenha login no Portal Único. O candidato deve ter em mãos documentos que contenham as informações do CPF, comprovante de residência e comprovante de rendimento. O estudante insere digitalmente as informações, depois seleciona  a instituição e o curso para o qual deseja o financiamento. É possível colocar até três opções.  O resultado está previsto para ser divulgado no dia 18 de março. Quem for selecionado deve procurar a  Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição que ofereceu a vaga para apresentar os documentos que comprovam as informações prestadas na inscrição. 

Para fazer o cadastro, o candidato tem de ter feito alguma edição do Enem a partir de 2010, ter tirado nota mínima de 450 pontos e não ter zerado a redação.  O estudante não pode estar matriculado em cursos de graduação ou pós-graduação à distância.

Tradicionalmente, são elegíveis para o Fies pessoas com renda familiar entre 3 e 5 salários mínimos. Mas neste ano a novidade é para quem tem renda per capita inferior a 3 salários mínimos, o FIES lançou neste ano um contrato com taxa zero de juros. 

Pelo Fies, o estudante tem parte ou integralmente sua mensalidade paga para a faculdade pela instituição bancária. Depois de concluído o curso, o estudante tem um prazo para começar a pagar o empréstimo. 

PROUNI: Último dia para comprovar informações da 1ª chamada

FIES: estudantes inadimplentes podem renegociar suas dívidas a partir desta segunda-feira (7)

Calendário

  • Dia 15 de março - reabertura da inscrição;
  • Dia 18 de março - resultado da chamada única e divulgação de lista de espera (os candidatos automaticamente entram nesta lista);
  • De 21 a 23 de março - prazo para completar as inscrições dos pré-selecionados na chamada regular;
  • De 24 de março a 4 de maio - convocação dos pré-selecionados por meio da lista de espera para as vagas remanescentes.
     
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14/03/2022 04:00h

Os selecionados têm até esta segunda-feira (14) para apresentar informações como a renda familiar per capita e o certificado de conclusão de curso em escola pública, por exemplo.

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Os pré-aprovados na primeira chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni) têm até esta segunda-feira (14) para confirmar informações como a renda familiar e certificado de conclusão do ensino médio em escola pública. O programa oferece bolsas integrais ou parciais em faculdades particulares para estudantes de baixa renda. A documentação deve ser entregue junto à instituição de ensino na qual o aluno foi selecionado.

Para ter acesso à bolsa integral, o estudante selecionado deve ter renda mensal de até 1,5 salário mínimo. Já para a bolsa parcial, a renda familiar deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

Foi graças ao programa que o Wallyson Romualdo, de 26 anos, conseguiu se formar no curso de Serviços Sociais. Morador de Caruaru, interior de Pernambuco,  o assistente social recém formado vem de família de baixa renda e conheceu o programa no final de 2012, no ensino médio. “ Ele [Prouni] é muito importante para a vida da gente porque nos dá oportunidade. É algo que aos poucos vai se consolidando e muda a realidade social e, consequentemente, econômica, tanto minha quanto das pessoas que vivem à minha volta.”

Segundo a educadora Carla Soares, o programa é essencial para um país como o Brasil. “É uma oportunidade de crescimento de um país onde a gente trabalha a educação com um pouco de igualdade  para que todo mundo tenha as mesmas oportunidades.”

A grande novidade em 2022 é um decreto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no final de fevereiro, estabelecendo que a pré-seleção dos estudantes levem em conta as duas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No exame, o candidato deve ter alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não pode ter tirado 0 na redação.

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Segunda Chamada

Os estudantes que não foram contemplados nessa primeira chamada ainda terão uma outra oportunidade, assim como os casos nos quais a turma não foi formada com a segunda chamada, no dia 21 de março. Os não aprovados na primeira etapa concorrem a vagas automaticamente. 
Mesmo assim, se o estudante não conseguir a “aprovação”, ele pode entrar na lista de espera, nos dias 4 e 5 de abril. 

Mais oportunidade

A medida provisória 1.075/2021 editada pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro pode ampliar o acesso aos estudantes de escolas privadas não bolsistas no segundo semestre. Porém, a regra precisa ser convertida em lei pelo Congresso até o dia 17 de março, quando perderá efeito.  O texto tramita na Câmara em regime de urgência e, se aprovado, segue para o Senado.
 

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