Serviços

04/03/2024 03:00h

Enquanto os Serviços apresentaram leve alta de 0,3% e a Indústria de 1,3%, a Agropecuária teve queda de 5,3%

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Apesar de a economia brasileira ter fechado 2023 com crescimento acumulado de 2,9% - praticamente o mesmo resultado apresentado em 2022 frente a 2021 - dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que houve uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre do ano passado, depois de um cenário positivo da Agropecuária notado no início do ano.

Em relação à comparação do quarto contra o terceiro trimestre de 2023, o quadro referente ao PIB é de estagnação. Enquanto os Serviços apresentaram leve alta de 0,3% e a Indústria de 1,3%, a Agropecuária teve queda de 5,3%.

O advogado e economista Alessandro Azzoni afirma que, no primeiro e no segundo trimestre, houve um avanço no agronegócio, que trouxe uma expansão nos números, sobretudo quando se trata da produção de soja e de milho. No entanto, ele destaca que o cenário não foi o mesmo para os meses subsequentes. 

“No terceiro e quarto trimestre nós tivemos um PIB negativo, praticamente no agronegócio, porque como os estoques foram exauridos no primeiro e no segundo trimestre, e agora estava na parte de replantio, a tendência do agro não representa tanto nesse segundo semestre”, explica. 

O levantamento do IBGE também aponta que a taxa de investimento do PIB, em 2023, foi de 16,5%. O resultado representa uma redução em relação a 2022, quando a taxa foi de 17,8%. Para o economista José Marcio Camargo, esse foi um dos principais fatores que contribuíram para a estagnação da economia na segunda parte do ano. 

“O grande problema no crescimento do PIB, um lado realmente negativo, é o fato de você ter uma grande queda na taxa de investimento. E, sabemos que, para se ter crescimento elevado no longo prazo, é preciso ter aumento na taxa de investimento e da capilaridade produtiva”, considera. 

Dentro desse contexto, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, pontua que “quando a gente olha a contribuição para o crescimento, vemos que a demanda interna contribuiu com esse crescimento de 2,9% com apenas 0,9%, muito diferente do que tinha acontecido em 2022”.  

IBGE: somente dois estados registram queda na taxa de desemprego no 4º trimestre de 2023

Entre as atividades industriais, foi percebida alta nas Indústrias Extrativas (4,7%), na Construção (4,2%) e na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (2,8%). As Indústrias de Transformação, por outro lado, apresentaram variação negativa de 2%.

Nos Serviços, as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados registravam uma tímida elevação de 0,7%, enquanto as Atividades imobiliárias subiram 0,1% - mesmo resultado apresentado para Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social. Em contrapartida, contribuíram negativamente o Comércio, com queda de 0,8%; Transporte, armazenagem e correio, com recuo de 0,6%; e Informação e comunicação, com redução de 0,1%.


 

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Queda observado decorre da percepção de piores perspectivas futuras do setor

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O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,5 ponto em fevereiro de 2024, para o patamar de 94,2 pontos. 

Esta queda ocorre após alta observada no mês imediatamente anterior. 

Em fevereiro deste ano, houve estabilidade perante maior volume atual de demanda dos consumidores. Já em relação à perspectiva futura da economia e de negócios por parte do empresariado, houve piora para os próximos meses. 

De modo geral, há uma desaceleração no setor de serviços desde o final do segundo semestre do ano passado, de maneira diversa entre diferentes segmentos. Apenas serviços relacionados a transportes não apresentam queda no índice. 

Entretanto, segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), pode ser precoce esperar um ciclo de quedas no setor nos meses à frente, diante de gradativa queda da taxa de juros e melhores resultados com relação ao desemprego no mercado de trabalho. Mesmo assim, não é evidente que a melhoria econômica como um todo possa já ter impactado positivamente o setor de serviços no Brasil.

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia, IBRE FGV
 

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14/02/2024 04:30h

Com resultado positivo em dezembro, setor fechou 2023 com alta acumulada de 2,3%

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Com o resultado positivo de 0,3% em dezembro, o volume de serviços no Brasil fechou 2023 com alta de 2,3%, na comparação com 2022. É o terceiro ano consecutivo de crescimento do setor, aponta a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE. 

Em 2021, os serviços registraram alta de 10,9%, enquanto em 2022 foi de 8,3%. Segundo o economista Cesar Bergo, embora mais tímido do que em anos anteriores, o crescimento do setor no ano passado deve ser comemorado. 

"Esse crescimento de 2,3% observado em 2023, embora seja mais modesto que 2021 e 2022, ainda é muito positivo, especialmente se considerarmos o contexto econômico global e os desafios enfrentados devido à pandemia. Essa expansão pode indicar uma recuperação gradual e sustentável do setor, sugerindo estabilidade e uma resiliência da própria economia brasileira", afirma. 

De acordo com o IBGE, o setor está 11,7% acima do nível observado em fevereiro de 2020, portanto, antes da pandemia, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica – dezembro de 2022.

A última vez que os serviços cresceram por três anos seguidos ocorreu entre 2012 e 2014, quando o salto acumulado chegou a 11,3%. No entanto, a alta entre 2021 e 2023 é mais significativa, uma vez que o avanço foi de 22,9%. 

Rodrigo Lobo, gerente da PMS, elenca os segmentos que mais contribuíram para o desempenho positivo dos serviços no ano passado. "Para 2023, os destaques ficaram com os serviços de informação e comunicação, impulsionados tanto pela parte de telecomunicações como os serviços de tecnologia da informação e, também, com os serviços profissionais administrativos e complementares, com crescimentos mais importantes vindos de serviços de engenharia e da locação de automóveis", pontua.

Impulsionadas pelo transporte rodoviário de cargas, as atividades de serviços de transportes foram o terceiro que mais impactou positivamente o resultado do setor de serviços em 2021, diz Lobo. 

Efeito positivo na economia

Responsável por cerca de 70% da riqueza produzida no país, o setor de serviços é crucial para o bom desempenho da economia brasileira, lembra Cesar Bergo. Por isso, se o setor vai bem, a economia tende a se beneficiar disso. 

"O setor é importante por várias razões. Entre elas, a geração de emprego. O setor de serviços geralmente é intensivo em mão de obra, o que significa que um crescimento nesse setor pode também resultar em mais oportunidades de emprego. E, como temos observado, o ano de 2023 fechou com o menor nível de desemprego desde 2015. Também, não tenha dúvida, que você impulsionando o consumo, como o setor de serviços acaba oferecendo essa oportunidade, sobretudo no que diz respeito ao comércio varejista, dessa forma você estimula também a economia", completa. 

Dezembro

Em dezembro, três das cinco principais atividades do setor de serviços avançaram. O destaque foi o crescimento de 3,5% nos serviços prestados às famílias. "Vale destacar que, no mês de dezembro de 23, ela ultrapassa, pela primeira vez, o nível pré -pandemia, cujo marco é fevereiro de 2020. Era a única atividade que, até então, não havia se recuperado das dificuldades do pós - pandemia", ressalta. Além de terem ultrapassado o nível de fevereiro de 2020, os serviços prestados às famílias se encontram no maior patamar dos últimos sete anos. 

Já o indicador que mede o desempenho do turismo subiu 1,4% em dezembro. O segmento se encontra 3,6% acima do patamar observado antes da pandemia, embora 3,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica da PMS. 

O transporte de passageiros, por outro lado, retraiu 1% no último mês do ano. Com isso, o segmento encerrou 2023 com uma queda de 0,7%. Segundo Lobo, o resultado é consequência do aumento dos preços das passagens aéreas.

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25/01/2024 08:00h

Segundo o BC, no mesmo período o crescimento brasileiro foi de 2,2%

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Goiás apresentou um crescimento de 10% na atividade econômica em novembro de 2023, em comparação com o mesmo mês de 2022. No mesmo período, o crescimento nacional foi de 2,2%. Os dados são do levantamento Índice de Atividade Econômica (IBCR), uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), publicado pelo Banco Central (BC). O IBC-Br é composto por dados das atividades industriais, de serviços e agropecuária.

Ainda conforme o estudo, na variação mensal com ajuste sazonal — em comparação entre os meses de novembro e outubro de 2023 — o estado apresentou um crescimento de 4,1%, diante da alta nacional de 0,01%. Goiás alcançou o melhor resultado do país entre os demais estados.

No acumulado do ano, a atividade econômica do estado também apresentou crescimento de 5,6%, contra 2,4% de crescimento nacional. Goiás alcançou a segunda posição no ranking, ficando atrás somente do Paraná. O diretor-executivo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), Erik Figueiredo, explica que a participação da industrial goiana desenvolveu um papel importante sobre o crescimento econômico apontado pelo BC.

“A PIM (Pesquisa Industrial Mensal) mostra que Goiás, no interanual, cresceu 16,6% na produção industrial. No acumulado do ano, cerca de 5%, enquanto o Brasil só cresceu 0,1%. Então, chama muita atenção o desempenho da indústria, além, claro, do tradicional agro, com um crescimento na casa de 12%, 13% no ano. Nós temos serviços na casa de 7% e o comércio ainda muito próximo a 1%. Então nós temos um conjunto de indicadores robustos que explicam esse crescimento do estado de Goiás e esse desempenho em 2023”, destaca.

O diretor-executivo do IMB ainda completa que a aceleração da indústria contribui para a evolução da produtividade de empregos em Goiás.

“A participação da indústria no PIB se manteve estável no estado por muito tempo e a partir de 2019, você tem uma mudança nesse ciclo, uma mudança de tendência e uma aceleração na indústria goiana. E isso deve ser comemorado porque você tem ali os maiores salários pagos na indústria em Goiás. Você tem também uma maior qualidade, maior produtividade de emprego nessa atividade”, diz.

Expectativas para 2024

Conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), para 2024 a expectativa é que o valor adicionado (VA) do setor agropecuário recue 3,2%. A previsão leva em conta os dados Prognóstico de Safra, divulgados pelo IBGE.

Com estimativas de queda para o agronegócio brasileiro em 2024, o estado está se preparando para contornar os eventuais impactos sofridos pelo setor, como ressalta Figueiredo. 

“Já estamos trabalhando o crescimento goiano de 2024 desde do final do ano 2023. Sabemos que o estado tem que trabalhar de mãos dadas com a iniciativa privada para que o crescimento ele se dê de uma forma mais natural. O IBGE lançou recentemente uma previsão sobre a produção agrícola. Nós estamos acompanhando isso muito perto, vendo quais seriam os eventuais impactos sobre o agro de Goiás e já tomando ações que possam minorar esses efeitos. Então, nossa expectativa é de manter esse crescimento em 2024. E estamos atentos em que o estado pode fazer para melhorar o ambiente de negócios em Goiás”, afirma.

Segundo o IBGE, entre as principais culturas são esperadas quedas de 9,5% na produção de milho 5,4%; na produção de cana-de-açúcar e 4,4% na produção de algodão. Entretanto, soja e café devem apresentar um crescimento de 0,6% e 8,4% respectivamente. 

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19/01/2024 20:35h

Resultado é o melhor em quatro meses

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O mês de novembro foi de crescimento para o setor de serviços no país. De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE divulgada na última terça-feira (16), a receita do setor avançou 0,4% em relação ao mês anterior. 

O resultado positivo após três meses com números negativos se deve a queda da inflação, de acordo com a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 

O economista da Fecomercio Guilherme Dietze faz uma avaliação positiva do cenário, dando destaque principalmente para os segmentos do turismo.

“Na hora que você olha serviços prestados às famílias, desde alojamento, alimentação, transporte aéreo, todos tiveram forte crescimento no ano passado. Então isso significa que o turismo dentro do setor de serviços teve destaque importante para recuperação do setor; então de maneira geral a gente já esperava isso”, 

Mesmo puxando o resultado do ano como um todo para cima, com uma alta acumulada de 7,3% em 2023, em novembro o turismo registrou queda de 2,4% — maior retração mensal desde maio de 2022. Os reajustes nas passagens aéreas no fim do ano foram um dos principais responsáveis pelo avanço do índice geral de preços no país, segundo a CNC.

Beleza

Voltado principalmente para o público feminino, o segmento da beleza em geral cresceu 13,7% nos 9 primeiros meses de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com os dados da empresa de análise do comportamento de consumo Circana, os produtos de maquiagem (+26%) e tratamento (+14%) são os campeões do ranking. 

Acompanhando essa tendência de crescimento, quem trabalha com serviços na área da beleza, como a designer de sobrancelhas Alana Soares, está otimista com o que está por vir em 2024. Segundo ela, os melhores períodos para a agenda de atendimentos em 2023 foram os das férias: no início, em julho e no final do ano. 

“Foi um ano muito bom com relação aos atendimentos  — e eu também estava saindo de um salão de beleza para começar a atender em domicílio. Agora, para 2024, além de continuar mantendo as clientes fixas que já tenho, o desejo é que a gente consiga atrair mais clientes”, comenta. 

Antes da divulgação do balanço de dezembro pelo IBGE, a CNC estima uma variação positiva de 2,5% no volume de receitas dos serviços para 2023. Já para 2024, a expectativa é que esse crescimento fique em 2,1%.

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16/12/2023 04:20h

Economista aponta que o volume de receitas das atividades turísticas deve ficar com um número positivo no final de 2023

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De setembro para outubro deste ano, o setor de turismo recuou 1,1%, entretanto, no acumulado de 2023, o faturamento real do setor acusa avanço de 7,9%, ficando 6,1% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020. As informações foram divulgadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo o Índice de Atividades Turísticas, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o turismo foi o setor mais impactado pela pandemia do coronavírus. Durante 2020, a quantia de ganhos nesse setor diminuiu em 36,7%, recuperando-se posteriormente com crescimentos de 22,2% e 39,9% em 2021 e 2022.

O economista Fabio Bentes pontua que, no geral, o setor de turismo está em um bom momento e deve ficar com o número positivo no final de 2023. “A gente projeta um fechamento de 2023 para as atividades de turismo de 7,4%, e para o ano que vem, um aumento menor, de 2,1%. A tendência é que a gente tenha um crescimento”, avalia.

A variação média de valores nas atividades ligadas ao turismo reduziu de +16,1% em setembro de 2022 para +4,6% em 2023. No momento, o número de empregados com registro formal no setor turístico brasileiro é de 3,39 milhões, conforme aponta a CNC.

Serviços

Em outubro, o volume de receitas do setor de serviços diminuiu 0,6% em relação ao mês
anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse desempenho representou a terceira redução consecutiva na receita real desse setor, ficando abaixo da previsão feita pela CNC, de -0,1%.

O economista César Bergo afirma que se de um lado a inflação no setor de serviço vem se mostrando “comportada” e que a recuperação econômica não afetou os preços, por outro lado, o setor está aquém do esperado. “Ele tem mostrado força na área de turismo e também serviços financeiro e caindo um pouco na questão do serviço de comunicação. Houve uma queda significativa das operações com relação às atividades no setor de comunicações, isso acaba afetando o serviço como todo, apresentando um resultado abaixo do que era esperado”, afirma.

Expectativas futuras

César Bergo explica que uma atividade maior, devido principalmente à sazonalidade dos meses de férias, ajuda o setor de serviços, que deve mostrar um melhor desempenho nos próximos meses.

Para 2023, a CNC mantém sua aposta em crescimentos positivos nos serviços (+2,9%). 

Apesar das previsões predominantes de redução nos índices de juros e inflação em 2024, a perspectiva de uma atividade geral mais fraca no próximo ano e um menor impacto estatístico decorrente do ano atual devem resultar, de acordo com a análise da entidade, em um avanço de 2,7% para o setor de serviços.

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15/12/2023 12:15h

O estado fica atrás apenas de Minas Gerais, com um crescimento de 17,1%, e da Bahia, com 13,7%. A média nacional para o segmento turístico foi de 7,9% no mesmo período

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O segmento de turismo do Paraná registrou um aumento de 12,7% em 2023, ficando como o terceiro melhor desempenho no Brasil, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). O estado fica atrás apenas de Minas Gerais, com um crescimento de 17,1%, e da Bahia, com 13,7%. A média nacional para o segmento turístico foi de 7,9% no mesmo período. Na região Sul, Santa Catarina teve um crescimento de 7,1% e o Rio Grande do Sul de 3,5%.

O turismo no Paraná demonstrou um crescimento significativo em outubro de 2023, com uma expansão de 12,2% em relação a outubro de 2022, marcando a 31ª taxa positiva consecutiva em comparações mensais. O último declínio foi registrado em março de 2021, em comparação com março de 2020, devido ao início da pandemia de Covid-19. 

Nos últimos 12 meses, o estado alcançou a segunda melhor variação nacional, com um aumento de 12,9%, ficando atrás apenas de Minas Gerais (18,9%), enquanto a média nacional foi de 8,7%. 

Carlos Eduardo Oliveira, economista, destaca a importância do Paraná no cenário econômico, especialmente devido à presença de diversas montadoras no estado. Segundo ele, esta concentração de indústrias automotivas contribui significativamente para elevar o nível da prestação de serviços na região.

“E também teve uma questão que pode até surpreender, que foi a questão do turismo, a capital é uma das capitais mais visitadas do Brasil, tem algumas praias também relevantes e principalmente o complexo do Itaipu com as Cataratas, esse é um complexo de turismo muito utilizado no país”, avalia.

O economista aponta que a expectativa é que o setor de serviços, que representa 59% do PIB brasileiro, mantenha sua trajetória de crescimento. Este setor tem se destacado em todo o país, demonstrando uma relevância significativa para a economia nacional.

“O Paraná também vem sendo destaque a nível nacional do setor de serviços e a tendência é a manutenção desse crescimento entre o setor de serviços no país e com o Paraná sendo destaque dentro dessas áreas como turismo, transporte, prestação de serviços de transporte e tecnologia”, expõe.

Como um todo, o setor de serviços cresceu 11,7% no Paraná até outubro de 2023.  Este avanço posiciona o estado como o segundo maior em crescimento nacional, ficando atrás apenas do Mato Grosso, que teve um aumento de 16,9%. Durante o mesmo período, o crescimento do setor de serviços no Brasil foi de 3,1%. Na região Sul, Santa Catarina apresentou um aumento de 8,7%, enquanto o Rio Grande do Sul observou um crescimento de 5,9%.
 

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15/12/2023 07:00h

Somando todos os setores, foram 268 mil novos empregados, com 100 mil empregos com carteira assinada e 168 mil vagas informais

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No estado de São Paulo, o setor de Serviços apresentou o maior aumento de pessoas ocupando o mercado de trabalho entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023, com 272 mil novos empregados. Em seguida, o Comércio apresentou crescimento de 62 mil e Construção de 8 mil. No total, foram 268 mil novas ocupações, com 100 mil empregos com carteira assinada e 168 mil vagas informais. Os dados foram divulgados pela Fundação Seade.

César Bergo, economista, aponta alguns fatores que influenciaram no aumento dos empregados nesses setores. “Você tem a retomada dos programas de governo, programa de aceleração do crescimento, a questão também da construção civil. Então a gente observa que esses setores são muito fortes na contratação de obras, sobretudo no estado de São Paulo, que é o maior Produto Interno Bruto do país.”

Já Hugo Garbe, também economista, aponta a recuperação econômica pós-pandemia do coronavírus como um fator que contribuiu para o aumento da demanda por serviços e comércio com a retomada das atividades econômicas. “A adaptação das empresas às novas demandas do mercado, como o crescimento do comércio eletrônico e serviços digitais, também podem ter contribuído”, avalia.

Em todo o estado de São Paulo, o  total de ocupados no mercado de trabalho foi de 24,2 milhões, um aumento de 1,1% entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023. 

Apesar do resultado positivo, o setor de Indústria apresentou uma queda de 63 mil ocupações no mercado de trabalho, seguido por Agricultura (-8 mil). Serviços Domésticos permaneceu estável.

César Bergo informa que a Indústria vem mostrando uma dificuldade de recuperação, principalmente em função da política monetária, que elevou a taxa de juros. Já a Agricultura pode ter sido afetada pelo fim da safra, conforme aponta o economista.

Expectativas para os próximos meses

De acordo com Bergo, a Construção Civil, Comércio e Serviços devem continuar fortes em 2024, e apesar da dificuldade da Indústria, os investimentos podem voltar, apresentando um resultado mais positivo no setor.

Hugo Garbe também aponta para uma continuação do crescimento, especialmente nos setores de Serviços e Comércio, mas dependente de fatores macroeconômicos e políticos. “Incertezas econômicas globais, como inflação e taxas de juros, podem impactar as projeções”, completa.

Taxa de desocupação

Entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023, houve uma redução na taxa de desocupação, diminuindo de 7,8% para 7,1%, enquanto a taxa composta de subutilização da força de trabalho também caiu de 14,8% para 13,8%. Durante o período de julho a setembro, aproximadamente 1,9 milhão de pessoas estavam sem emprego.

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Economia
01/12/2023 04:45h

Apesar do saldo positivo de 109.939 postos de trabalho, economistas avaliam que o cenário em relação à empregabilidade ainda é duvidoso, pois, nesta época do ano, há registros de muitos empregos apenas temporários

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O setor de serviços concentra o maior número de postos de trabalho no Brasil. No mês de outubro, foi registrado um saldo de 109.939 vagas com carteira assinada. As áreas da informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, foram destaques, com saldo de 65.128 contratações. Os dados são do Novo Caged.  

Para o economista Aurélio Barroso, o resultado não é novidade e não representa melhora da economia. Segundo ele, esse aumento dos postos de trabalho, principalmente no setor de serviços, já era esperado por conta das contratações que ocorrem no fim de cada ano.

“As empresas, naturalmente, com o final do ano chegando, começam a contratar temporários, começam a contratar pessoas já mais ou menos no mês de setembro. Então esse crescimento do final do ano é um crescimento normal. Em janeiro, a gente vai descobrir se essas pessoas foram efetivadas ou não. Normalmente, essas empresas aproveitam em torneio de 20 a 26%”, explica.

O comércio ficou em segundo lugar, com saldo de 49.647 postos de trabalho gerados no mês, principalmente no comércio varejista de mercadorias, com destaque para os supermercados (6.307) e Hipermercados (1.925), além dos artigos de vestuário (5.026). Entre os estados, São Paulo teve o maior saldo, com geração de 69.442 postos, em sua maioria no setor de serviços; Rio de Janeiro, com 18.803 postos e Paraná, com saldo positivo de 14.945 postos.

Na opinião do especialista, ainda é cedo para comemorar esse resultado. “A desoneração da folha de pagamento deve acabar. Com isso, eu acredito que os empregos devam começar a diminuir. As empresas, ao mesmo tempo, vão começar a demitir em vez de começar a contratar. Então, nós temos um cenário desfavorável hoje em relação à empregabilidade do Brasil”, observa.

Dificuldades para empreender

O empresário, engenheiro civil e BIM Manager, Henrique Bolzan de Rezende, de 36 anos, mora em Campo Grande (MS) e diz que tem percebido um cenário econômico desfavorável, além de encontrar maior dificuldade para empreender.

“Pegando do início do ano para cá, tem tido uma pequena redução em alguns setores da nossa área, que é de construção civil, e o principal motivo é o aumento das taxas de juros. A gente trabalha mais voltado para o nicho residencial, então a gente sentiu que a procura por imóveis tem reduzido bastante. Esse tipo de público tem ficado um pouco receoso de comprar e isso acaba afetando a gente, porque acaba tendo menos construção e menos mercado para explorar”, revela.

O economista Aurélio Trancoso diz que, mesmo a Construção Civil, que é responsável por alavancar a economia com geração de empregos e riquezas, também há riscos. “Ela está em alta já há algum tempo. O problema é que, com essa desoneração da folha, voltando a folha ao patamar normal e pagando os impostos, PIS/Cofins, nós vamos ter certos problemas de emprego no país”, reforça.

E o empresário Henrique Bolzan de Resende concorda. “Nossa previsão este ano era aumentar a equipe, só que aí a gente acabou segurando. A gente fez o acompanhamento de quantos clientes vinham fechando, quanto estava aumentando e a gente viu que começou a dar meio que uma estagnada”, desabafa.

Conforme o levantamento, a indústria teve o terceiro maior crescimento do emprego no mês, com saldo positivo de 20.954 postos, com destaque para o setor de fabricação de açúcar bruto e fabricação de móveis. A agropecuária foi o único setor que gerou saldo negativo, com perda de 1.656 empregos no mês.

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22/11/2023 04:10h

A queda foi puxada por serviços profissionais, administrativos e complementares, informação e comunicação e transportes

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Em setembro de 2023, o volume de serviços no Brasil caiu 0,3% em comparação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. Essa é a segunda queda consecutiva do indicador, ainda que em menor grau. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Comparado a setembro de 2022, na série sem ajuste sazonal, houve uma queda de 1,2% no volume de serviços, interrompendo uma sequência de 30 taxas positivas seguidas. De acordo com o economista Luigi Mauri, esse resultado mostra um fator orgânico em relação ao índice. “O indicador ainda se encontra em nível superior ao da pré-pandemia [fevereiro de 2020], mas 2,5% abaixo de dezembro de 2022, que foi o pico de variação do setor de serviços”, aponta.

A queda do volume de serviços foi puxada por serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%), informação e comunicação (-0,7%) e transportes (-0,2%). Mauri explica que a variação negativa observada no transporte está relacionada à alta das passagens aéreas, impactando consideravelmente esse setor.

Alguns setores registraram crescimento, como os serviços prestados às famílias (3,0%) que recuperou quase toda a queda que registrou em agosto (-3,7%). O indicador de outros serviços também aumentou (0,8%), após ter apresentado redução durante três meses seguidos.

Além disso, o índice de atividades turísticas registrou expansão de 1,5% na comparação com o mês anterior, após queda de 1,4% em agosto. Com isso, o segmento de turismo se encontra 6,1% acima do nível pré-pandemia e 1,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Luigi Mauri destaca que o festival de música The Town, realizado na capital paulista em setembro, foi um fator específico que influenciou o índice. “A grande maioria teve um resultado negativo de fato, mas o resultado positivo que houve foi bastante influenciado pelo show, que é capaz de movimentar prestações de serviços”, completa.

Expectativas para os próximos meses

Mauri explica que se pode esperar uma possível alta para o setor de serviços nos próximos meses devido à Black Friday e feriados de final de ano.

Ele ainda aponta que devido ao resultado levemente negativo em setembro e consideravelmente negativo em agosto, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) para o terceiro trimestre pode ser menor que o esperado. “A economia brasileira, diferente de países desenvolvidos, é muito impactada pelo resultado do setor primário, ou seja, pelo resultado do que acontece na agricultura e pecuária, que tem um grande potencial de influência sobre o resultado do PIB”, explica.

Dessa forma, o setor de serviços brasileiro comparado ao de países em desenvolvimento tem uma menor proporção. Ele avalia que resultados tanto positivos quanto negativos desse setor têm uma capacidade reduzida de influência sobre o resultado do PIB, o que pode indicar que não seja um motivo de grandes preocupações a leve queda em setembro.

O economista César Bergo também aponta que a expectativa para os próximos meses são positivas. “Existe um aspecto sazonal, os meses de novembro e dezembro têm uma atividade maior no segmento de serviço. Isso deve acontecer esse ano também e mostrar números melhores do que de setembro”, informa.

Bergo também aponta que a queda da inflação e da taxa de juros devem refletir positivamente na recuperação do setor de serviços.

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