Gás Natural

02/01/2024 00:34h

Quatro dos cinco municípios estão no estado do Rio de Janeiro. Cidade "intrusa" fica em São Paulo. Em comum, eles tiveram arrecadação elevada com royalties de petróleo e gás natural. Lista foi feita pelo IBGE, com dados de 2021

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Quatro dos cinco municípios que mais ganharam participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 estão no estado do Rio de Janeiro. É o que mostra levantamento divulgado pelo IBGE. 

Confira abaixo o top 5 das cidades que mais conquistaram espaço na economia brasileira em 2021

  1. Maricá-RJ (+ 0,5 p.p.)
  2. Saquarema-RJ (+ 0,3 p.p.)
  3. Niterói-RJ (+ 0,2 p.p.)
  4. São Sebastião-SP (+ 0,1 p.p.)
  5. Campos dos Goytacazes-RJ (+ 0,1 p.p.) 

De acordo com o IBGE, a extração de petróleo e gás natural é o motivo por trás do desempenho positivo de Maricá, Saquarema e Campos dos Goytacazes. A publicação não explica as causas que levaram Niterói e São Sebastião às primeiras posições. 

Segundo Rodrigo Leite, professor do Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maricá, Saquarema e Campos dos Goytacazes recebem royalties elevados devido à exploração de combustíveis fósseis. O aumento da participação de Niterói no PIB do país, por sua vez, tem a ver também com a migração de pessoas e de parte da atividade econômica da capital do estado, Rio de Janeiro, acredita. 

"Maricá, Saquarema e Campos [dos Goytacazes] é royalty, e Niterói é o influxo do Rio de Janeiro. Niterói aumentou em 0,2 p.p. sua participação no PIB, enquanto o Rio de Janeiro caiu 0,37 p.p. Isso significa que parte do PIB do Rio de Janeiro acabou indo para Niterói, com mudanças de pessoas, mudanças de empresas, um aumento também da população com renda, o que também aumenta o PIB do município", avalia. 

Royalties são uma compensação financeira que as empresas exploradoras de petróleo e gás natural pagam à União, aos estados e aos municípios. 

Levantamento do Brasil 61 a partir de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que, em 2021, Maricá embolsou R$ 1,2 bilhão em royalties. Foi o município brasileiro que mais recebeu esse tipo de recurso. O ranking das cinco cidades que mais ganharam com a contribuição é composto por outros quatro municípios fluminenses. 

São eles: Macaé, com R$ 908 milhões; Niterói, com R$ 739 milhões; Saquarema, com R$ 736 milhões; e Campos dos Goytacazes, com R$ 452 milhões. Com exceção a Macaé, as demais cidades estão no top 5 daquelas que mais ganharam participação no PIB brasileiro em 2021. 

Intruso na lista, o município de São Sebastião fica no litoral do estado de São Paulo. Parte do sucesso também pode ser explicada pelo recebimento de royalties do petróleo. Em 2021, a cidade embolsou R$ 126 milhões, o que lhe rendeu a 17ª colocação entre todos os municípios do país.  

Primeira da lista, Maricá já está entre os oito municípios mais ricos do país. Em 2022, o município era apenas o 354º em participação no PIB. Em 2020, passou para a 26ª colocação. Na edição mais recente, tem apenas sete cidades à frente, das quais seis são capitais. 

Saiba quais são as 11 cidades com o maior PIB do país

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25/10/2023 06:45h

O Brasil precisa de uma combinação de política industrial e de comércio exterior para a retomada da produção de químicos, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro

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Em 2023, a indústria química brasileira está no nível mais baixo de capacidade produtiva dos últimos 20 anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O presidente da entidade, André Passo Cordeiro, diz que o país precisa de uma combinação de política industrial e de comércio exterior para a retomada da produção de químicos.

Durante o seminário “Neoindustrialização: Inovação e Descarbonização", ocorrido no último dia 17 na Câmara dos Deputados, André Passos Cordeiro criticou a falta de incentivos para a utilização de matérias-primas verdes, como o gás natural.

“Nós estamos colocando em risco R$ 33 bilhões de massa salarial, 190 bilhões de dólares de faturamento de PIB no nosso país porque a gente não avança com a velocidade necessária na viabilização do fornecimento do gás a preço competitivo no Brasil e na criação de instrumentos econômicos de estímulo ao uso de matérias-primas verdes, como etanol, os óleos vegetais e biomassa”, ressalta. 

Para ele, o gás natural — matéria-prima que pode ser utilizada na produção de substâncias químicas importantes, como anestésicos — é uma possibilidade viável e sustentável para o país retomar o crescimento industrial, em especial o setor químico, mas enfrenta dificuldades diante do cenário geopolítico que permite a China, Rússia e Índia comercializarem o produto 48% mais barato que no Ocidente. 

“É vital que a gente tenha uma política industrial que permita à indústria química acessar o gás natural e as suas frações, etano, propano e butano, se a gente quiser conservar a indústria química no Brasil”, afirma o Cordeiro. Segundo a Abiquim, a indústria química brasileira é a sexta maior do mundo e responde por dois milhões de empregos diretos e indiretos e 12% do PIB industrial.

Plano de desenvolvimento

O gás natural faz parte de uma lista extensa de mecanismos sustentáveis — como a regulamentação do mercado de carbono, hidrogênio verde, dentre outros — que devem influenciar no desenvolvimento não só do setor químico, mas da indústria de modo geral, segundo os participantes do seminário. Eles defendem a criação de uma política industrial baseada na agenda ambiental e na inovação.

O diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, considera a indústria o “miolo da economia”, de modo que, ao se desenvolver, impulsiona outros setores econômicos.

“Política industrial é intensiva inovação. A indústria está sempre se renovando, sempre inovando. Por isso, é crucial ter um apoio à inovação. Outro desafio importante é a transição ecológica. Está ficando claro que não dá para ter um padrão de desenvolvimento igual ao século XX, o mundo não aguenta. Você tem que substituir as estruturas existentes por novas estruturas: reurbanização, recondicionamento de fábricas, novas fontes de energia, reciclagem, despoluição. Isso gera emprego”, defende Barbosa. 

Professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Gala pontua que o Brasil enfrenta dificuldades para tornar sua indústria competitiva, tanto interna quanto externamente. No âmbito nacional, ele traz como exemplo a complexidade tributária e a falta de infraestrutura. Já os aspectos internacionais estão relacionados ao domínio americano e europeu sobre as tecnologias e a predominância asiática — especialmente da China — na escala de produção. Entretanto, o economista aponta um trunfo brasileiro: a transição ambiental e energética. 

“Para o Brasil, a agenda ambiental e de transição é uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico. O Brasil não só tem que avançar em termos ambientais pela questão da preservação ambiental, mas tem que encarar isso como uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico e de reindustrialização. O negócio brasileiro é a economia verde. É assim que o Brasil vai conseguir se reindustrializar, é assim que o Brasil vai conseguir ganhar dinheiro, é assim que o Brasil vai conseguir avançar no mundo”, defende. 

O presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, deputado Heitor Schuch (PSB-RS), defende que incentivar o crescimento da indústria é uma tarefa necessária para o crescimento econômico brasileiro, com geração de emprego e renda. O parlamentar destaca que a chamada neoindustrialização deve ser pautada na utilização de mecanismos sustentáveis para reduzir os impactos das mudanças climáticas no Brasil e no mundo. 

“Quando a gente vê tanta mudança climática no mundo e nós aqui no Brasil também já estamos sentindo isso. Nunca vi tanta enchente no sul e tanta seca no Norte. Isso nos mostra que está na hora da gente fazer a troca, fazer o câmbio porque do jeito que nós estamos  indo está errado nós vamos poluir cada vez mais o planeta, produzir cada vez mais lixo”, destaca. 
 

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25/07/2023 13:55h

Os preços dos combustíveis no estado do Amazonas se encontram acima da média nacional

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Nesta semana, o Amazonas registrou preço médio de gasolina comum a R$ 6,30, mais cara em R$ 0,70 em relação à média nacional. 

No estado, a cidade que registrou o menor preço de gasolina comum foi Manacapuru. O combustível foi comercializado a R$ 5,83 no município, em um posto de combustíveis de bandeira Vibra. A cidade também comercializou o combustível a R$ 5,84 em postos de bandeira Atem’s e Sabbá.  

A cidade mais cara a comercializar gasolina comum foi Tefé, líder da alta de preços dos combustíveis no estado do Amazonas e no país. Postos de combustíveis de bandeira branca e Atem’s registram a comercialização da gasolina comum a R$ 7,29. 

A gasolina aditivada mais cara do estado também ocorre em Tefé, a R$ 7,29. Em seguida, está Parintins, que a comercializa a R$ 7. 

O preço do etanol hidratado registra a média de R$ 4,64 no estado do Amazonas e a capital Manaus é a que registra a comercialização mais barata do combustível, a R$ 3,49, em um posto de bandeira branca. Manaus é seguida por Manacapuru, em um posto de bandeira branca que registra a mínima de R$ 4,54. 

Já a média de preços do gás veicular, o GNV, aproxima-se do observado no país. O combustível é comercializado a R$ 4,50 no Amazonas. 

A capital Manaus registra preços abaixo da média estadual, à exceção do gás de cozinha. O gás de cozinha é comercializado a R$ 118, o óleo diesel comum a R$ 5,02 e o óleo diesel S10 a R$ 4,98.

Os dados são divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a ANP.  
 

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18/02/2023 16:00h

Somente o Rio de Janeiro, que abriga a Bacia de Campos, deve gerar quase 10 mil empregos diretos e indiretos nos próximos anos, segundo outra estimativa da Firjan. Área de manutenção e serviços offshore é uma das que estão com alta demanda de trabalho.

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Com boas projeções de investimentos pelos próximos anos, o setor de óleo e gás vai ofertar mais de 500 mil novas vagas de trabalho até 2025. É o que aponta relatório publicado pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo, a ABESPetro. Responsável por representar 13% do PIB Industrial do país, esse é um dos setores mais relevantes da economia brasileira.

Somente o Rio de Janeiro, que abriga a Bacia de Campos, um dos principais pontos de exploração e produção dessa indústria, pode receber mais de R$ 110 bilhões em investimentos para o setor de gás natural. A estimativa é da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, a Firjan.

De acordo com o especialista de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Savio Bueno, o estado fluminense responde por 85% das novas plataformas de produção que entrarão em operação no país nos próximos três anos. Bueno estima que isso deverá gerar cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos.

O especialista explica a relevância do setor na fomentação da economia local e na geração de empregos.

“É uma indústria de alta tecnologia, gerando emprego de alto valor e cujas demandas são capazes de movimentar diversos elos da cadeia de fornecimento de bens e serviços. Que vão desde serviço de engenharia, apoio aéreo e marítimo, até demanda por produtos manufaturados, mais complexos, e serviço de capacitação de mão de obra.”

As atividades do setor de óleo e gás são divididas em três fases: a upstream, que é a fase de exploração e produção, a midstream, que compreende transporte e armazenagem, e a downstream, que é a fase de refino e produção de combustíveis e derivados. 

Cada etapa envolve direta e indiretamente uma complexa cadeia que abrange empresas de diversos segmentos. A Ocyan, por exemplo, é uma prestadora de serviços para o mercado de óleo e gás em operação no país desde os anos 1970. A empresa tem base de apoio logístico em Macaé (RJ). 

O diretor de Contratos de Manutenção e Serviços Offshore da Ocyan, Vinicius Castilho, relata que o mercado de óleo e gás passa por um novo ciclo de investimentos em 2023. Na avaliação de Castilho, a área de manutenção e serviços offshore, ou seja, os serviços realizados nas plataformas em alto mar, é uma das que mais precisa de profissionais no momento.

“O mercado de manutenção é intensivo em mão de obra. A gente precisa, o tempo inteiro, formar novas frentes de trabalho, novos integrantes, para estarmos preparados para novos contratos. É um mercado cíclico que está vivendo um ciclo de alta neste momento. Nós temos cerca de quatro a cinco projetos em andamento e devemos chegar ao pico de quase três mil pessoas até o final do ano.”

Seguindo o ritmo de expansão do setor, a Ocyan está, atualmente, com mais de 140 vagas abertas para atividades na área de manutenção e serviços offshore. Entre as posições em aberto estão as de montador de andaime, caldeireiro convencional, caldeireiro escalador N1, inspetor de solda e delineador/técnico de planejamento de atividades industriais.

Para quem deseja aproveitar essa oportunidade, basta fazer o cadastro no site da empresa www.ocyan-sa.com, na aba “Nossa Gente”, no campo “Faça Parte da Nossa Equipe”.

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16/02/2023 00:30h

Entre as principais ocupações, estão as de montador de andaime, caldeireiro convencional e caldeireiro escalador N1. Cadastro pode ser realizado no site da empresa

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O mercado de trabalho na indústria de petróleo e gás está aquecido no Brasil. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo, a AbesPetro, o setor vai ofertar 500 mil vagas até 2025.

Seguindo esse ritmo de expansão, a Ocyan, empresa prestadora de serviços para o mercado de óleo e gás, está com mais de 140 vagas abertas. Essas oportunidades são para atividades na área de Manutenção e Serviços Offshore, que são realizados em plataformas, em alto mar. 

Profissionais de Macaé, onde a empresa tem base de apoio logístico, e de municípios da região podem se candidatar.

O diretor de Contratos de Manutenção e Serviços Offshore da Ocyan, Vinicius Castilho, explica quais são os principais requisitos para se candidatar a uma vaga.

“Essas vagas demandam o nível de ensino médio completo. Algumas, dependendo do perfil, necessitam de algum nível de experiência, de 2 a 5 anos. Como são trabalhos que serão executados no offshore, alguns vão exigir cursos específicos de segurança.”

Entre as posições em aberto estão as de montador de andaime, com 30 vagas, caldeireiro convencional, com 50 vagas, e caldeireiro escalador N1, com 40 vagas. Há ainda vagas para inspetor de solda e delineador/técnico de planejamento de atividades industriais. 

Em atividade desde os anos 1970 e com mais de 20 anos de atuação no mercado de Manutenção e Serviços Offshore, a Ocyan encoraja a diversidade e inclusão, como ressalta Vinicius Castilho.

“Com relação a essas vagas, não existe qualquer impedimento dos candidatos, sob o aspecto da diversidade, para se candidatarem. A gente incentiva [a diversidade].  Um público diverso trabalhando offshore será muito bem-vindo.”

Para se candidatar a uma das mais de 140 vagas, basta fazer o cadastro no site da empresa www.ocyan-sa.com, na aba Nossa Gente, no campo “Faça Parte da Nossa Equipe”. 

Veja abaixo os requisitos para as vagas:

- Montador(a) de andaime: Ensino Médio completo, com treinamento e certificado em montagem de andaimes. Desejável mínimo de dois anos de experiência na função;

- Caldeireiro(a) convencional: Ensino Médio completo, certificado como Caldeireiro Nível 1 pelo sistema ABRAMAN ou mínimo de dois anos de experiência na função de Caldeireiro ou três anos de experiência na função de Ajudante de Caldeiraria; 

- Caldeireiro(a) escalador N1: Ensino Médio completo, certificado como Caldeireiro Nível 1 pelo sistema ABRAMAN ou mínimo de dois anos de experiência na função de Caldeireiro ou três anos de experiência na função de Ajudante de Caldeiraria e possuir certificados em conformidade com a NBR 15475 (Acesso por Corda – Qualificação e Certificação de Pessoas); 

- Inspetor(a) de solda LP/PM escalador N1: Ensino Médio completo e qualificado pelo Sistema Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal em Soldagem (FBTS). O inspetor para essa atividade poderá ser N1 e possuir certificados em conformidade com a NBR 15475 (Acesso por Corda - Qualificação e Certificação de Pessoas); 

- Delineador(a) / Técnico(a) de planejamento: Ensino Médio completo com experiência em delineamento e/ou planejamento de atividades industriais.

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27/01/2023 04:00h

Desconto médio foi anunciado pela Petrobras após revisões contratuais e queda no preço do petróleo

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A partir do dia 1º de fevereiro, a Petrobras vai atualizar o valor do gás natural. O preço de venda para as distribuidoras vai cair, em média, 11,1% por metro cúbico, conforme preveem os contratos de distribuição por dutos. A redução é em relação ao valor praticado no trimestre de novembro a janeiro.

De acordo com a estatal, os contratos preveem atualizações trimestrais e vinculam a variação do preço do gás às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio. Em nota, a companhia informou que, nesse período, o petróleo teve queda de 11,9% enquanto o câmbio apresentou depreciação de 0,2%, ou seja, trocar real por dólar ficou 0,2% mais caro. Conforme a previsão contratual, houve ainda redução de 2,35 pontos percentuais na fórmula de precificação do petróleo bruto, acrescentou a empresa.

A Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) afirmou que as distribuidoras que possuem contratos com a Petrobras vão providenciar o repasse integral aos consumidores, conforme as classes tarifárias definidas por cada agência reguladora estadual. “Também destacamos que as distribuidoras possuem outros contratos de suprimento em menor escala, com condições comerciais distintas dos contratos praticados pela Petrobras. A redução aplicada contribui para o aumento da competitividade do gás natural e o crescimento desta indústria. Por este motivo, é fundamental que os investimentos para o aumento da oferta aconteçam e que o Brasil deixe de reinjetar mais do que 50% do que produz", comentou Marcelo Mendonça, diretor de Estratégia e Mercado da Abegás.

A expectativa do setor é que o insumo fique cada vez mais atrativo para os consumidores e investidores, principalmente após a aprovação da Nova Lei do Gás. “Hoje, quem ganha mais são as empresas, os grandes grupos, que têm que adquirir diretamente de um único fornecedor, então vai aumentar a eficiência e a concorrência também. A nova lei traz essas facilidades para esse mercado agora de gás”, afirma o economista e professor Cesar Bergo.

A nova legislação foi aprovada em maio de 2021 com a finalidade de abrir o mercado do setor no Brasil e deixá-lo mais competitivo. Após quase sete anos de trâmite no Legislativo, a nova lei tem como principais mudanças a alteração do regime de concessão para o regime de autorização, as novas regras tarifárias e o acesso de terceiros aos gasodutos, unidades de tratamento e processamento de gás natural e terminais de Gás Natural Liquefeito (GNL). Para que a norma passe a valer em plena forma, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) ainda precisa regulamentar alguns pontos.

No bolso

A redução no preço para as distribuidoras, contudo, não significa repasse imediato para o consumidor final. Segundo a Petrobras, além do preço de venda para as distribuidoras e tarifas determinadas pelas agências reguladoras estaduais, o preço final do gás natural ao consumidor também é determinado pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, pelos tributos federais e estaduais, assim como por suas margens (e, no caso do GNV, dos postos de revenda). 

Vale ressaltar ainda que a redução prevista para o início de fevereiro não se refere ao preço do gás de cozinha (GLP), aquele envasado em botijões ou vendido a granel.

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21/11/2022 05:30h

O Fórum do Gás foi atuante para a aprovação da Lei 14.134/2021, que cria um marco para o setor produtor de gás no país

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A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) passou a integrar o Fórum do Gás, composto por associações pró-desenvolvimento do mercado de gás natural e livre mercado. Agora, a federação passa a ter mais espaço para debater o tema em nível nacional, além de reforçar pautas que garantam mais competitividade para as indústrias capixabas.     

Um dos temas defendidos pela Findes é a entrada de novos fornecedores de gás no mercado. Segundo o consultor de Infraestrutura e Energia da Findes, Luiz Claudio Montenegro, o intuito é garantir que as empresas diminuam custos, além de ajudar o mercado do combustível a se expandir no Espírito Santo. 

“A Findes apoia a competição no mercado de gás natural, com entrada cada vez maior de novos fornecedores que possam reduzir custos das indústrias consumidoras. A federação também defende fortemente que o gás seja o primeiro passo na transição energética da indústria capixaba”, destaca. 

Atualmente, o Espírito Santo conta com uma reserva de gás natural de 30,7 bilhões de m³, com produção de gás onshore e offshore e capacidade de tratamento de 21,85 milhões de m³/dia. O estado também possui 467 quilômetros de rede de gasodutos de distribuição, além de ser a única Unidade da Federação com capacidade de oferecer, de imediato, estocagem de gás (no Campo de Barra do Ipiranga).   

Sobre o Fórum do Gás

O Fórum do Gás foi criado com o objetivo de atuar para a consolidação de um mercado aberto e competitivo, ao proporcionar um ambiente transparente, com uma regulação que estimule a eficiência dos monopólios naturais e a inovação. A ideia também é promover a confiança de investidores para aumentar a exploração das reservas brasileiras e o desenvolvimento nacional.  

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O Fórum também foi atuante para a aprovação da lei 14.134/2021, que cria um novo marco para o setor produtor de gás no país. Segundo a especialista de Energia da Abrace e secretária executiva do Fórum do Gás, Juliana Rodrigues, a lei pretende ampliar a concorrência no mercado de gás natural e biocombustíveis, atraindo novos investidores.

“A Nova Lei do Gás foi uma demanda de todo o mercado, com o objetivo de atualizar o arcabouço regulatório do gás natural. Ela tem como base três pilares principais: promover condições isonômicas de acesso ao mercado, transparência e diversidade de oferta. Isso cria um potencial para aumentar a competitividade do preço, com reflexos importantes na economia”, pontua. 

Ao longo dos debates sobre a Nova Lei do Gás no Congresso Nacional, o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) defendeu a aprovação da medida por acreditar que se trata de um avanço para a economia de todo o país. “Todos os lares do Brasil vão sofrer impacto positivo. Energia no Brasil é cara, é difícil e também é necessária, porque temos um processo de industrialização. O vidro vai ficar mais barato, o transporte vai ficar mais barato”, considera. 
 

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01/11/2022 14:30h

Petrobras informa que dedução de 5% não reflete diretamente no preço final do combustível, que depende de outros fatores, mas pode impactar na vida dos consumidores de gás natural já que distribuidoras tendem a fazer esse repasse. Medida não afeta valor do gás de cozinha.

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Entra em vigor a partir desta terça-feira (1º), a redução média de 5% no preço por metro cúbico do gás natural vendido para as distribuidoras, transportado e distribuído por dutos. A medida, que foi anunciada no início de outubro pela Petrobras, não afeta o valor do gás de cozinha, envasado em botijões ou vendido a granel.

Essa redução faz parte da atualização trimestral e vincula o preço do gás natural às oscilações do petróleo Brent - que é o mais utilizado no Brasil para a extração do gás natural - além da taxa de câmbio, de acordo com a Petrobras. 

Apesar de ser uma dedução no valor da revenda para distribuidoras, o diretor de gás natural da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Adrianno Lorenzon, afirma que essa redução pode beneficiar o consumidor, já que as distribuidoras tendem a fazer esses repasses para o valor final do produto.

“Essa redução impacta diretamente o consumidor de gás natural, já que cada distribuidora de gás deverá repassar essa redução. Claro, acompanhando as próprias regras das regulações, mas, de alguma forma, ela será repassada aos consumidores finais.”, explica o diretor de gás natural da Abrace.

Em relação às eleições do último domingo, o diretor afirma que a decisão nas urnas não vai afetar o preço do gás natural. Pelo menos não neste primeiro momento, o preço do combustível também não deve ser alterado, pois a maioria dos contratos são firmados a longo prazo.

“Não afeta. Os contratos estão postos. A maioria dos contratos são de longo prazo, ou seja, têm vigência pelo menos até o final de 2024 e acompanham o petróleo Brent. Então, as eleições não causam nenhum efeito na precificação do gás”, diz Adrianno Lorenzon.

De acordo com a Petrobras, essa atualização é válida até o fim de janeiro de 2023, conforme os contratos estabelecidos com as distribuidoras. Ainda segundo a empresa, “a atualização trimestral do preço do gás natural e anual para o transporte do produto permite atenuar volatilidades momentâneas e aliviar, no preço final, o impacto de oscilações bruscas e pontuais no mercado externo, assegurando, desta forma, previsibilidade e transparência aos clientes”.

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12/08/2022 04:15h

A estimativa é da Abrace. Instalação compulsória está prevista na Lei de Desestatização da Eletrobras. Especialistas apontam o biogás e a expansão do mercado livre de energia como alternativas mais eficientes e menos onerosas para os consumidores

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A obrigatoriedade da produção de 8 gigawatts (GW) de energia a gás natural pode gerar um impacto de R$ 86,75 bilhões sobre o custo da eletricidade, segundo estimativas da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). A instalação compulsória está prevista na Lei da Desestatização da Eletrobras (nº 14.182/2021).

Segundo a Abrace, atualmente o custo anual da construção e geração de energia termelétrica é de R$ 20 bilhões, custeado pelos consumidores. Com a contratação obrigatória do gás natural, o impacto será maior entre 2027 e 2030, quando essas termelétricas entrarem em operação comercial.

Segundo o diretor de Energia Elétrica da Abrace, Victor iOcca, a principal justificativa da decisão legal é levar gás natural para o interior do país por meio das usinas termoelétricas. No entanto, a medida é ineficiente do ponto de vista econômico.

“Nós consumidores vamos pagar pela construção e operação dessas termelétricas. E, depois, ainda vamos pagar pelas linhas de transmissão para trazer essa energia de volta para os principais centros de consumo; dado que a geração dessa energia em grandes termelétricas não será possível ser [totalmente] consumida no interior do país.”

Victor iOcca afirma ainda que o aumento do preço da energia elétrica tem impacto direto no orçamento dos brasileiros. "Hoje, a cada R$ 1 que o brasileiro gasta na sua conta de luz, ele gasta pelo menos outros R$ 2 nos produtos e serviços que ele consome. Por exemplo, produtos de consumo como pão, carne, leite e frango, pelo menos 30% do custo final desses produtos é energia.”

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o Brasil necessita de 12 GW de termelétricas para suprir a demanda energética nos próximos anos. No entanto, a diretora da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Tamar Roitman, explica que “isso deve ser feito com neutralidade tecnológica, com base na melhor eficiência alocativa e na redução dos custos de geração de energia. A exigência de que as usinas sejam construídas em regiões em que não há suprimento de gás natural vai contra esses princípios.”

Biogás

Para Tamar Roitman, o biogás é uma alternativa para o suprimento de energia no interior do país. “Essas regiões poderiam ter suas necessidades supridas pelo biogás, uma vez que há um enorme potencial ainda pouco explorado deste energético, evitando investimentos em infraestrutura pela característica da geração junto à carga, promovendo ainda a gestão de resíduos e fornecendo energia elétrica limpa e descarbonizada.”

As usinas termelétricas a biogás utilizam os mesmos equipamentos e a infraestrutura das usinas a gás natural, com a mesma eficiência energética. O diferencial é que o biogás é um combustível renovável, com elevado potencial no interior do país, além de não precisar de altos investimentos em gasodutos de transporte para viabilizar o consumo.

“O biogás pode ser produzido a partir de qualquer tipo de resíduo orgânico, sendo que os setores com maior potencial de produção são: sucroenergético, proteína animal, agricultura e saneamento. O processo natural de decomposição da matéria orgânica gera o biogás, que, quando captado, pode ser aproveitado para a geração de energia elétrica ou, quando purificado, para produção do biometano, um combustível equivalente e intercambiável com o gás natural de origem fóssil”, explica a diretora da Abiogás.

Segundo a Abiogás, o Brasil possui o maior potencial de produção de biogás no mundo, podendo chegar a 121 milhões de metros cúbicos de biometano diariamente. Esse volume é maior do que toda a oferta de gás natural do Brasil. Se todo o potencial nacional fosse aproveitado, seria possível atender 34,5% da demanda por energia elétrica ou 70% da demanda de diesel no transporte.

Tamar Roitman comenta outras vantagens do biogás. “Por ser um combustível de produção nacional, o biogás possui previsibilidade de preços, tendo correção pelo IPCA, o que garante a segurança de oferta e mitiga a exposição do consumidor ao câmbio. Seu atributo de geração descentralizada promove a interiorização da oferta de gás, levando este combustível para regiões onde ainda não há infraestrutura de gasodutos de transporte.”

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Impactos na Indústria

A diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, Mônica Messenberg, afirma que o aumento do preço da energia impacta diretamente na competitividade dos produtos nacionais. Por isso, ela cita a modernização do setor elétrico, por meio do projeto de lei 414/2021, como alternativa, sem a necessidade de medidas que possam aumentar o custo da energia. 

“O PL 414 propõe uma reestruturação do modelo de regulação do setor elétrico, com o objetivo de modernizar o setor de forma equilibrada, sem comprometer a sustentabilidade e a competitividade da energia, ou penalizar os consumidores com a criação de novos encargos setoriais.”

O PL estimula a ampliação do mercado livre de energia, para aumentar a concorrência dos preços do insumo e favorecer a redução dos valores. Segundo Mônica Messenberg, a expansão do mercado livre gera ganhos de eficiência na gestão, contratos adaptados às características do negócio e a possibilidade de modicidade dos preços, sem que os consumidores que optem por permanecer no mercado regulado subsidiem aqueles que migraram para o mercado livre.

“Em maio de 2022, o custo médio de energia comprada no mercado regular era da ordem de R$ 270 por megawatt/hora. Sem considerar as bandeiras tarifárias e os impostos. Já no mercado livre, no mesmo mês, esse custo não chega a R$ 175 por megawatt/hora”, explica Mônica Messenberg.

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05/07/2022 17:24h

Os contratos foram assinados com a fornecedora de gás natural Eneva e com a Companhia Maranhense de Gás (Gasmar)

A Vale firmou contrato para viabilizar o fornecimento de gás natural para a Usina de Pelotização de São Luís (MA) a partir de 2024. Com isto, a mineradora estará usando o combustível em todas as suas plantas de pelotização. A iniciativa contribui para a meta de redução em 33% de suas emissões de carbono diretas e indiretas até 2030. Além da unidade maranhense, a Vale opera usinas de pelotização no Espírito Santo, em Minas Gerais e em Sohar (Omã). 

Os contratos foram assinados com a fornecedora de gás natural Eneva e com a Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), distribuidora que levará o combustível até a usina. A planta de São Luís deixará de usar óleo combustível em seu forno, com uma redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) estimada, em função da troca, de até 28%. A iniciativa representa uma redução de custos com combustíveis, já que o gás natural é mais barato do que o óleo combustível. Outro ponto positivo é a recente regulamentação implementada pela lei do gás, como parte do movimento de desverticalização do setor, o que possibilita que esta contratação seja realizada no âmbito do Mercado Livre. 

A adoção do gás natural na usina pelotizadora integra também o Programa Partilhar da Vale, que prevê investimentos sociais por parte da cadeia de fornecedores, com o objetivo de criar uma rede integrada de compromisso com o desenvolvimento socioeconômico sustentável da região. A iniciativa está alinhada ao compromisso da empresa com a Agenda 2030, voltada às comunidades e à promoção do progresso social nas localidades onde atua. “Este contrato é um marco muito importante para a Vale. Ele representa mais um grande passo na transição da matriz energética das nossas usinas de pelotização, dando consistência à agenda de carbono zero e viabilizando uma rede de distribuição inédita de gás, que, além de atender à Vale, poderá também se estender para outras indústrias da região,” afirmou Alexandre Pereira, vice-presidente executivo de Soluções Globais de Negócios da Vale. 

A Gasmar implantará uma rede de distribuição de gás natural inédita no Maranhão, interligando o porto do Itaqui à área da Vale, na região Itaqui-Bacanga. A nova rede pode criar condições para o uso de gás por outras indústrias e segmentos na região. A previsão é que o fornecimento seja iniciado em 2024. O gás natural é um combustível mais limpo se comparado a outras fontes, como o óleo combustível, e possui menos contaminantes, além de produzir combustão mais limpa, com menor quantidade de emissões de GEE, sendo, por esta razão, considerado um combustível de transição no processo de descarbonização.

Atualmente, as emissões de pelotização da Vale respondem por aproximadamente 30% das emissões de GEE da companhia, à frente da mineração e do transporte ferroviário. Com o gás natural, a Vale pretende desenvolver outras fontes alternativas. A Vale iniciou os testes, também na planta de São Luís, com o biocarbono na produção de pelotas. O biocarbono é um produto renovável, obtido através da carbonização de biomassa.

Para atingir a meta de redução de emissões diretas e indiretas (escopo 1 e 2), a Vale está investindo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões, reforçando seu pacto com a sociedade e as melhores práticas de sustentabilidade mundial. A empresa também se comprometeu a cortar em 15% das emissões da sua cadeia de valor até 2035 e ser carbono zero até 2050.

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