Brasil Mineral

20/03/2024 21:18h

Foco é Província do Norte, no médio São Francisco, rica em níquel, cobre e cobalto, ferro-titânio-vanádio, grafita e fosfato.

Representantes da SAM (Sul Americana de Metais), empresa de capital chinês que está associada à Honbridge Holdings, conheceram o Projeto Grafita, localizado em Ipirá, na Bahia. A comitiva, composta pelos geólogos Judiron Santiago e Luiz Fernando Souza, visitou a litoteca, localizada em Simões Filho, onde ficam arquivados os testemunhos geológicos e geoquímicos da CBPM, e depois seguiu para inspeção de campo no município. Durante a visita à área, foram coletadas amostras para análise. Após confirmar o interesse, o próximo passo é se reunir com a diretoria da CBPM para discutir uma proposta.

Após conversas em uma das missões da China, a mineradora demonstrou empenho e interesse. A CBPM já esteve no país em três ocasiões. A última foi no início de março, com o chefe de Projeto Gemam (Gerência de Empreendimentos Minerais e Gestão Ambiental), Reginaldo do Amaral. Anteriormente, participaram do Comitê o chefe de gabinete Carlos Borel Neto, e o diretor Administrativo e Financeiro, Inácio Mattos, além do geólogo Williame Cocentino.

Outra companhia interessada pelos projetos de mineração da Bahia foi a Eramet, empresa de mineração e metalurgia de capital francês, que se dedica à transição energética. Realizada na CBPM, a reunião teve como objetivo desenvolver as conversas iniciadas durante o PDAC 2024, a fim de prospectar mais investimentos para a Bahia, por meio de projetos minerários no estado. O que chamou atenção, nessa ocasião, foi a Província do Norte, no médio São Francisco, de aproximadamente 200 km, rica em níquel, cobre e cobalto, ferro-titânio-vanádio, grafita e fosfato.

Segundo o presidente da CBPM Henrique Carballal, a chegada do grupo indica um retorno imediato da participação da CBPM nessa edição da maior convenção internacional de mineração – a PDAC que ocorreu no início de março, no Canadá. “A nossa conversa aqui é fruto do que foi apresentado pela delegação baiana durante todo o evento, principalmente, no Brazilian Mining Day, quando palestramos para representantes de diversos países”, disse ele.

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20/03/2024 00:01h

A proposta foi aprovada por 16 votos a 0 em uma primeira votação e ainda será submetida, em outra reunião, a turno suplementar

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou o projeto de lei (PL) 836/2021, do senador Fabiano Contarato (PT-ES), para ampliar o controle do comércio de ouro no Brasil. A redação põe fim à “presunção de boa-fé” na promoção da origem do metal – regra já suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023. O projeto também veta a comercialização de material extraído de terra indígena e de área de conservação ambiental.

A proposta foi aprovada por 16 votos a 0 em uma primeira votação e ainda será submetida, em outra reunião, a turno suplementar. Caso não haja recurso para votação no plenário principal do Senado, seguirá direto para análise da Câmara dos Deputados. O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) comemorou a decisão. Nos últimos dois anos, o Instituto tem elevado o tom de seu protesto contra o garimpo ilegal.

Segundo o IBRAM, a atividade criminosa promove a destruição de pessoas e do ambiente, bem como das expectativas do verdadeiro desenvolvimento socioeconômico. Nesse período, o IBRAM procurou angariar apoios, articular parcerias e entendimentos com autoridades e organizações diversas, como o Banco Central, a Receita Federal e a Comissão de Valores Mobiliários, além de ONGs, empresas e representações diplomáticas, entre outros agentes.

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13/03/2024 00:04h

Estado pretende ser um hub em minerais estratégicos como lítio e terras raras, atraindo investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos anos.

Tornar Minas Gerais um hub para produção de minerais estratégicos para a transição energética. Este é um dos objetivos principais da Invest Minas, agência do governo do estado que atua no sentido de incrementar o fluxo de negócios em território mineiro nos diversos setores econômicos e que agora está direcionando mais o foco de sua atuação para a área de mineração, que está atraindo grandes investimentos. Só no segmento do lítio, por exemplo, o estado já atraiu investimentos da ordem de R$ 5 bilhões após a criação da marca Lithium Valley, ou Vale do Lítio, como passou a ser denominado o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do estado. Além do lítio, há projetos importantes em terras raras, principalmente na Caldeira de Poços de Caldas, onde existe o que é considerado como a segunda maior reserva de argila iônica contendo terras raras no mundo. Empresas como Meteoric e Viridis já estão com projetos de investimento na área e há outras chegando.

De acordo com o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, há expectativa de que até 2030 Minas Gerais possa atrair investimentos da ordem de R$ 30 bilhões em projetos para produção de minerais considerados estratégicos, que incluem, além do lítio, terras raras e silício e dos fertilizantes, dos quais o Brasil é dependente de importações.

Na entrevista a seguir, realizada em Toronto, Canadá, por ocasião da convenção PDAC 2024, da qual a Invest Minas participou ativamente, João Paulo Braga detalha a estratégia de atuação da Invest Minas para impulsionar os investimentos no setor de mineração no estado.

BRASIL MINERAL - Como tem se dado a atuação da Invest Minas e quais ações a agência desenvolve para o setor mineral?

JOÃO PAULO BRAGA - A Invest Minas é uma agência com mais de 50 anos, que atua em todos os setores, mas a pauta da mineração tem sido cada vez mais relevante dentro da nossa atuação. Sempre foi. Não é à toa que o Estado se chama Minas Gerais. Então, naturalmente, o fluxo de negócios ligados à mineração que chega até nós é grande. Mas diante do contexto global de transição energética, Minas Gerais, onde o minério de ferro se sobressaía, começa a compartilhar espaço com outros minerais estratégicos. E diante disso, estamos usando o contexto global como alavanca para levar negócios para Minas Gerais. Um grande marco que temos nessa atuação, ligado a setor mineral, foi o contexto do Líthium Valley Brasil, um projeto que nasceu na Invest Minas e depois foi para além dos nossos muros, incorporando outros órgãos de governo e o mercado. E hoje o Lítium Valley Brasil é uma marca, de um território mineral conhecido do mundo todo, muito em função da construção que fizemos, que teve o seu ápice de reconhecimento quando nós fomos na Nasdaq, com o governador Romeu Zema, e fizemos o lançamento global do programa. Projetamos o Líthium Valley na Times Square e tudo mais. E desde então, o fluxo de investimentos e oportunidades que têm chegado ao Vale do Jequitinhonha tem sido muito impulsionado. No Jequitinhonha, já temos mais de R$ 5 bilhões em investimentos de empresas ligadas ao lítio. Só que Minas é muito mais que o lítio. Também estamos criando, na nossa estratégia de promoção de investimentos, a visão de Minas Gerais não como o Lithium Valley Brasil, mas como um hub de minerais estratégicos para o mundo, no qual se inserem também as terras raras. A Caldeira de Poços de Caldas, no sul de Minas, tem uma das maiores reservas do mundo, que parece ser a segunda maior reserva do mundo em materiais de terras raras, em argila iônica, que tem processo de extração muito mais fácil e menos custoso. E Nós já temos dois grandes investimentos, ambos de empresas australianas: a Viridis, que assinou recentemente um compromisso de investimento de R$ 1,3 bilhão, e a Meteoric, outra empresa australiana, com a qual também já assinamos protocolo, com valor de investimento semelhante ao da Viridis. A Meteoric está pronta para protocolar os estudos ambientais junto à Secretaria de Meio Ambiente, para licenciamento do projeto.

E além de Terras Raras, temos oportunidades ligadas ao manganês. Há muito manganês no Campo das Vertentes, no caminho da zona da mata. Nós temos também projetos de silício, pois hoje em Minas Gerais é um grande produtor de silício metalúrgico, que é o início da cadeia para o painel solar.

Então há muitas oportunidades na mesa. Está sendo inaugurado, em meados de março, o complexo da EuroChem, de Serra do Salitre, para produção de fertilizantes, um projeto que tem a magnitude de reduzir em 15% a dependência externa que o Brasil tem de fosfato. Então, nós temos promovido esses minerais estratégicos e até então temos colhido grandes resultados.

BRASIL MINERAL - E quais são os mecanismos de apoio que o governo de Minas tem para esses projetos?

JOÃO PAULO - O primeiro deles é a simples existência da Invest Minas como o One Stop Shop, o balcão único onde a empresa vai chegar e ser atendida. Estamos falando de empresas estrangeiras que têm gap de conhecimento sobre como funciona o mercado brasileiro, as regulações, especialmente no contexto de 27 estados, onde cada um tem sua regulação tributária, uma série de questões. Então a empresa chega, conversa com o Invest Minas e, a partir dali, passa a ser acompanhada em toda a jornada que envolve o governo estadual, os governos municipais e até eventuais parcerias no mercado. Este é o primeiro valor que geramos. E junto com isso, o governo de Minas Gerais tem alternativas de priorização dos projetos para licenciamento. Sabemos que isso é muito estratégico porque, pela demanda que se tem hoje desses minerais, se forem perdidos seis meses do licenciamento, é muito dinheiro que fica em cima da mesa. Então, a partir de critérios objetivos bem definidos, tudo de forma muito transparente, a depender do tamanho do impacto socioeconômico que o projeto vai gerar, nós temos mecanismos para tornar aquele licenciamento prioritário.

Nós temos também, o que é grande gargalo para o setor, a questão da mão de obra.

O governo de Minas tem o programa Trilhas do Futuro, de capacitação de mão de obra técnica para trabalhar nessas empresas. Não é exclusivo do setor de mineração, mas a mineração ocupa boa parte disso. E a boa notícia é que, em relação à mão de obra, o Ministério de Educação e o IBGE soltaram recentemente o censo educacional e, de 2021 para 2023, Minas Gerais foi o estado que mais criou vagas no ensino técnico profissionalizante. Foram 144 mil vagas. Para ter uma dimensão do que é esse número, o segundo colocado foi São Paulo, que criou 61 mil.  

Além disso, o estado tem mecanismos de financiamento via banco de desenvolvimento do Estado. A Sigma, por exemplo, empresa de lítio, contratou operação do BDMG. Obviamente, o BDMG é um banco de porte menor, não tem a pujança para financiar uma operação de mineração de bilhões de reais, mas ainda assim cumpre o seu papel em alguns casos específicos. Nós temos a Fundação de Amparo à Pesquisa, Fapemig, que tem recursos disponíveis, inclusive não reembolsáveis, direcionados à pesquisa. E aqui estamos falando de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e a transição energética é um dos direcionadores principais na forma de alocar esses recursos.

BRASIL MINERAL - O governo de Minas tem algum mecanismo de intermediação, visando solucionar eventuais conflitos de interesses nos projetos das empresas?

JOÃO PAULO - A Invest Minas tem uma relação muito próxima com as prefeituras. Eu digo que temos dois clientes principais diretos, que são as empresas e os municípios. Então, por meio dos municípios, procuramos sempre endereçar as questões relativas à comunidade com o poder que está legalmente instituído para tal. Isso, obviamente, não retira o protagonismo de serem as empresas as responsáveis por fazer esse relacionamento. Mas aquilo que nos cabe de relacionamento, especialmente com a prefeitura e até com a Câmara dos Vereadores, o Invest Minas apoia.

Veja que interessante o impacto que os projetos de mineração têm tido em Minas. O Jequitinhonha, por muito tempo, foi a região menos dinâmica do nosso estado, conhecida como o Vale da Fome, o Vale sem oportunidades. E o setor de mineração de lítio está levando um dinamismo tal para o Vale de Jequitinhonha, que no ano passado a região onde mais teve abertura de empresas foi o Jequitinhonha, de acordo com o dado da junta comercial. E aí nós estamos falando de restaurante, de hotel, de manicure, de Lanchonete, de toda essa cadeia de serviços que beneficia especialmente o pequeno empreendedor que, por sua vez, contrata, o que decorre dos grandes investimentos de mineração.

BRASIL MINERAL - Alguns estados, como Goiás, por exemplo, criaram mecanismos de agilização do processo de licenciamento ambiental. Em Minas Gerais também se está trilhando esse caminho?

JOÃO PAULO - Sim, essa é a nossa ambição. Temos uma secretaria que é muito séria. Mas não se pode confundir acelerar o licenciamento com ser negligente no licenciamento. Eu acho que nós já aprendemos muito com os erros, como o foram os dois acidentes que aconteceram em Minas, e que geraram uma melhoria da regulação, como a lei Mar de Lama, que no nosso entendimento coloca uma melhor regulação para evitar que esses acidentes aconteçam no futuro. A Secretaria de Meio ambiente é muito rigorosa, muito segura naquilo que licencia, mas isto não pode ser confundido com letargia na forma de conduzir os processos. Isso não tem acontecido. Se você for conversar com as empresas mineradoras, e fazemos isto o tempo todo, se comparar licenciamento do projeto no Brasil, em Minas Gerais, com o que se tem no Canadá, nós estamos quatro ou cinco vezes mais rápidos. E estamos buscando cada vez mais aprimorar. A Secretária Marília Melo fez uma mudança recente na estrutura de licenciamento, transferindo a responsabilidade do licenciamento para a Fundação do Meio Ambiente, a FEAM. Isso trouxe também novo dinamismo, onde a FEAM é o licenciador e Secretaria é a formuladora da política pública.

BRASIL MINERAL – A Invest Minas participou ativamente do PDAC 2024. Qual foi o principal objetivo dessa participação?

JOÃO PAULO - Nosso principal objetivo foi promover Minas Gerais. E viemos aqui com equipe de quatro pessoas da Invest Minas. Nossa participação envolveu tanto participação em painéis, como no Brazilian Mining Day, como nosso time fez diversas reuniões no Pavilhão Brasil, com empresas com potencial de ir para Minas Gerais. Fizemos um trabalho prévio, inclusive com a ajuda de uma consultoria, mapeando empresas de mineração, da cadeia de mineração, com propensão a investir no Brasil. Então, com base nessa pesquisa inicial, o nosso time fez no mínimo 15 reuniões com essas empresas, para dizer: Olha, se está pensando em expandir, investir no Brasil, vamos para Minas Gerais. E isso certamente vai ter desdobramentos após a conexão, com algumas delas.

BRASIL MINERAL - Além de minérios como lítio e terras raras, quais outras possibilidades há em Minas Gerais?

JOÃO PAULO - Minas Gerais é o nome do estado que está vinculado à mineração, mas eu digo que temos de cada vez menos ser só as Minas Gerais e passar a ser um hub, um centro provedor de capacidade, de expertise, de serviços especializados ao setor de mineração, inclusive almejando ter um mercado de capitais maduro para financiar esses projetos, de forma que o retorno desses projetos fique ali, na nossa terra:  primeiro no Brasil, depois em Minas Gerais. Isso envolve desenvolver oportunidades, não na mina, mas em toda a cadeia relacionada ao setor, porque uma hora a mina vai acabar, dado que são recursos finitos. Mas ainda que não se tenha a mina, se existe uma expertise de serviço, especialmente de engenharia, de pesquisa mineral instalada, a mineração vai ser eternamente relevante para o nosso estado. Então eu acho que é essa um pouco da visão que temos ao promover o setor de mineração. Queremos que explorem as minas, sim, mas quais são os serviços que agregam valor a essa operação que podemos desenvolver? Às vezes pode ser um hotel com foco no segmento. No Vale do Jequitinhonha, por exemplo, até há pouco tempo não havia hotel para os trabalhadores e empresários poderem trabalhar. E agora temos alguns hotéis sendo construídos lá. Então é um pouco dessa visão integrada que temos de oportunidade para o Estado. E junto com isso temos, por exemplo, a energia. Quando se discute descarbonização, inevitavelmente isso passa pelo setor de mineração. E nós temos conversas com a Anglo American, por exemplo, que fez um projeto extraordinário de retrofit de caminhões a diesel para hidrogênio na África do Sul e que tem todo o potencial de ser colocado em Minas Gerais. Temos conversas com a CEI Energética, que é uma empresa de Minas Gerais, com a possibilidade de criação de hub de hidrogênio verde no Quadrilátero Ferrífero, que se destinaria a abastecer ali todo o conjunto de mineradoras que desejarem fazer uma conversão de matriz. E acho que o Brasil e Minas Gerais são dos poucos lugares onde a siderurgia tem uma pegada de carbono menor em função da utilização do carvão vegetal ao invés do carvão mineral. Isso é uma grande vantagem competitiva para nós.

Por Francisco Alves

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04/03/2024 20:14h

O protocolo estabelece a instalação do Projeto Colossus, que objetiva o desenvolvimento da mineração de terras raras

O governo de Minas Gerais e a empresa australiana Viridis Mineração e Minerais, assinaram um protocolo de investimentos no valor de R$ 1,35 bilhão em Poços de Caldas, para aproveitamento de recursos de terras raras de alto teor. O protocolo estabelece a instalação do Projeto Colossus, que objetiva o desenvolvimento da mineração de terras raras e elementos na região.

“Isso é muito importante para que Poços de Caldas faça parte da nova matriz global de geração de energia verde”, destacou o CEO da Viridis Mineração e Minerais, Rafael Moreno. “Nosso objetivo é garantir que a cidade de Poços de Caldas, o estado de Minas Gerais, o Brasil e a Austrália se tornem um dos pilares em evolução para o uso de energia limpa no planeta”, completou. "Agradecemos todo o apoio oferecido pelo Governo de Minas e comunidade até então, enquanto nos empenhamos no rápido desenvolvimento de todas as fases deste projeto de impacto mundial", concluiu o executivo.

O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local e deve gerar cerca de 120 empregos permanentes, além de agregar valor ao produto e potencializar a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos recursos para serem aplicados em melhorias e serviços para os mineiros.
A previsão é que a planta – com 70 licenças em uma área de 15 mil hectares - inicie a operação entre 36 e 48 meses.

“O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local, o que agrega valor ao produto e ainda potencializa a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos e arrecadação”, ressaltou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio. 

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02/03/2024 17:00h

O FIP tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão de reais, com aporte de até R$ 250 milhões do BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério de Minas e Energia (MME) irão lançar, durante a convenção PDAC 2024, o Fundo de Investimento em participações (FIP) Minerais Estratégicos no Brasil. O evento, que acontece em Toronto, Canadá, de 3 a 6 de março, é a principal convenção de mineração e exploração mineral do mundo.

De acordo com o banco, os recursos poderão ser utilizados por empresas júnior e de médio porte que se enquadrem na tese de investimentos do fundo, que será colocada em prática pelo gestor a ser selecionado por meio de chamada pública. O FIP tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão de reais, com aporte de até R$ 250 milhões do BNDES.

“Não há transição energética sem mineração e sabemos que o Brasil, com seu amplo território, diversidade geológica e riqueza mineral, será o protagonista e grande alicerce mundial na transição energética”, avalia o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “Dessa forma, lançaremos, junto com o presidente Aloizio Mercadante, o fundo que irá alavancar o setor e atrair ainda mais investimentos para a cadeia dos minerais estratégicos”, completa.

“A transição energética é uma prioridade do governo do presidente Lula. A iniciativa contribui para o aproveitamento do vasto potencial geológico brasileiro, permitindo que o país se posicione como fornecedor de minerais estratégicos para atender à demanda mundial por tecnologias de energia limpa”, destaca o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O FIP Minerais Estratégicos objetiva viabilizar o desenvolvimento de projetos de minerais considerados estratégicos para a transição energética, descarbonização e produção sustentável de alimentos. Segundo o plano de trabalho desenvolvido pelo BNDES, espera-se que o Fundo invista em 15 a 20 empresas com projetos de pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil. O BNDES irá aportar até R$ 250 milhões no Fundo, com participação limitada a 25% do total, sendo esperados outros investidores nacionais e internacionais.

“Ao criar esse Fundo, estamos viabilizando que empresas menores consigam acessar o mercado ao mesmo tempo que garantimos uma atividade mais sustentável”, explica o ministro. “O Brasil já é o maior produtor mundial de nióbio, o segundo maior de ferro, magnesita e tântalo, o terceiro de bauxita e o quarto maior em vanádio. Somos o país com a quinta maior reserva de lítio, com 1,2 milhão de toneladas. Com esse incentivo, iremos crescer ainda mais e nos tornar o maior fornecedor de minerais estratégicos do mundo”, destaca o ministro Alexandre Silveira.

O Fundo irá priorizar os minerais para transição energética e descarbonização, sendo eles, cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Fosfato, potássio e remineralizadores, minerais fundamentais para a fertilidade do solo, também estão no rol de elementos abrangidos pelo fundo.

A criação do Fundo de Minerais Estratégicos dá continuidade ao apoio do BNDES ao setor de mineração, que nos últimos dez anos soma R$ 8,3 bilhões em financiamentos para cerca de 1.800 empresas. Como explica Mercadante, o “FIP busca estimular um novo ciclo de fomento à produção de minerais estratégicos, com foco em inovação e sustentabilidade, que são pilares da Nova Indústria Brasil e do Plano Mais Produção”.

O FIP Minerais Estratégicos terá como meta também induzir as empresas investidas a adotarem melhores práticas ESG, que possam gerar impacto positivo para comunidades locais e minimizar os impactos ambientais dos projetos. Para isso, serão incentivadas ações de capacitação de mão de obra e de fornecedores locais, de regularização do cadastro ambiental rural (CAR) e recuperação de vegetação nas áreas afetadas, e de gestão eficiente de água e resíduos, além de práticas de transparência e comunicação adequada com as comunidades locais.

“O mundo pode contar com o Brasil nesse enorme desafio pela sobrevivência humana. E, para isso, desenvolveremos uma indústria robusta de transformação mineral e um setor mais eficiente, mais verde, mais seguro, mais global e mais sustentável”, conclui o ministro.

O Brasil participará ativamente da convenção PDAC 2024 este ano, com uma vasta delegação do setor privado e governamental, coordenada pela Adimb. Brasil Mineral também participará do evento com uma edição especial em inglês mostrando o potencial do Brasil na produção de minerais para transição energética e a atuação das companhias canadenses na mineração brasileira.

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01/03/2024 18:23h

A empresa aplica um processo capaz de recircular até 95% da água utilizada no processamento industrial

A descoberta de uma área de grande potencial extrativista de terras raras em Nova Roma, no nordeste goiano, vem destacando a abordagem inovadora e sustentável na extração e processamento desses elementos, essenciais para a fabricação de diversos produtos de alta tecnologia renovável. A Aclara Resources, multinacional responsável por todo o processo, está focada na extração de metais críticos da maneira mais sustentável possível. Um dos pontos de maior destaque é o cuidado máximo com a água. A empresa aplica um processo capaz de recircular até 95% da água utilizada no processamento industrial e, então, sua reutilização, portanto, reduzindo o uso de água nova.

 “No caso específico do processo green mining da Aclara, a água será utilizada para desagregação das argilas iônicas, meio apropriado para favorecer a troca iônica, com utilização de um fertilizante comumente utilizado na agricultura e será, também, o meio de transporte dos produtos durante o beneficiamento”, explica Bonzi Yokomizo, gerente geral da Aclara Resources no Brasil. Portanto, a água estará presente em praticamente todas as etapas do processamento das argilas iônicas e será 95% recuperada e recirculada.

Visando otimizações dos recursos água e fertilizante, a Aclara informa que utilizará uma planta de osmose reversa, cujo objetivo é limpar a água que foi utilizada no processo de beneficiamento das argilas iônicas. “Desta maneira, proporcionando uma recirculação – em circuito fechado – de 95% dessa água. Consequentemente, introduzindo apenas uma mínima quantidade de ‘água nova’ para restabelecer as perdas por evaporação e umidade residual nos produtos finais”, completa Bonzi. Além do mais, essa limpeza proporcionará a regeneração quase total do fertilizante, que será reutilizado no processo com eficiência de 99%.

Ele acrescenta que, em termos das operações unitárias de mineração, o trabalho será o mais simples e convencional possível, já que não haverá desmonte por explosivo e operações de cominuição (fragmentação: britagem e moagem), que são grandes geradores de ruídos, particulados sólidos em suspensão e extremos consumidores de energia. A tecnologia de lavra e processamento será composta pelas etapas de escavação mecânica, transporte rodoviário, lavador de tambor, peneiras, tanques de atrição, sedimentadores e filtros. Por fim, essa simplicidade processual culminará em um resultado com amplos benefícios como, por exemplo, a ausência de barragens de rejeitos. “O maior volume de argilas iônicas processadas, após filtragem e de acordo com a linha do tempo, será retornado às áreas de onde o minério (argilas iônicas) foi extraído, proporcionando uma recuperação e reconformação simultânea das áreas mineradas”, argumenta Bonzi.

Segundo o gerente geral, uma inovação da Aclara faz com que a empresa ganhe espaço e vanguarda quando o assunto é qualidade ambiental. “Existe uma espontânea devoção pela segurança socioambiental, focando na simplicidade dos processos e no tratamento adequado às operações unitárias, além, obviamente, do processo de extração das terras raras iônicas com fertilizante e a planta de osmose reversa – mineração verde”, esclarece.

Projeto Carina em Goiás

Para Goiás, o desenvolvimento desse projeto refletirá na geração de riqueza socioambiental, segundo o gerente. Ele destaca que o projeto Carina se situa numa região de grande demanda de necessidades de Trabalho, Educação, Economia, Saúde e Infraestrutura básica. “A colaboração tripartite – iniciativa privada + iniciativa pública + iniciativa comunitária – estruturada e planejada, proporcionará um desenvolvimento municipal e estadual relevante”, diz ele.

Bonzi acrescenta que, socialmente, o projeto trará mudanças relevantes à região e ao Estado. “Sem margem de dúvidas, esse é dos maiores desafios e preocupações. “Entretanto, já estamos trabalhando junto às comunidades e às autoridades locais e regionais para operacionalização de planejamento específico a Nova Roma e redondezas, visando as qualificações para a empregabilidade”, adianta. A Aclara já mantém uma equipe de profissionais qualificados atuando em um plano de comunicação. Há um canal* aberto 24 horas por dia e 7 dias por semana, para comunicação direta como atividade complementar das sessões e incursões, através de reuniões presenciais, com as diversas comunidades, além de apresentações e reuniões abrangendo todos os públicos envolvidos, além da comunidade escolar, religiosa e quilombola.

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29/02/2024 17:00h

Podem participar do prêmio profissionais de todo o país que tenham concebido produtos, processos, metodologias ou serviços inovadores

As inscrições para o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia 2024, com o tema “Para as mentes que criam novos amanhãs”, já estão abertas e vão até o dia 19 de abril. Mais do que reconhecer profissionais brasileiros, "a iniciativa amplia a visibilidade de suas pesquisas e descobertas, capazes de promover avanços e transformar o modo como vivemos em coletividade no Brasil e no mundo. E, cientes da importância do desenvolvimento nacional orientado por ciência e tecnologia, dois pilares que alicerçam tanto nossa companhia quanto as melhorias na vida em sociedade, vamos além: nosso objetivo é criar estímulo para que novos talentos fortaleçam a cultura da inovação”, disse Ricardo Lima, CEO da CBMM.

O prêmio está dividido nas categorias Ciência e Tecnologia. Na primeira, serão destaques pesquisadores e equipes que elevam o Brasil no cenário científico global e, em Tecnologia, o reconhecimento irá para profissionais que desenvolvem aplicações práticas, com impactos positivos e relevantes. Os vencedores de cada categoria receberão um prêmio de R$ 500 mil.

Podem participar do prêmio profissionais de todo o país que tenham concebido produtos, processos, metodologias ou serviços inovadores nas áreas de Ciências da Computação, Ciências da Terra, Ciências da Vida, Engenharias, Física, Matemática e Química. Instituições de ensino, associações e empresas também podem indicar candidatos ao Prêmio. A participação é gratuita, sem taxas de inscrição ou qualquer outra despesa.

Os ganhadores serão anunciados em agosto. O regulamento completo está disponível AQUI.

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29/02/2024 16:20h

Todos os navios foram construídos nos últimos três anos, em conjunto com a Shanghai Waigaoqiao Construção Naval Co

A Anglo American realizou a entrega do último navio de sua frota fretada de 10 graneleiros de duplo combustível Capesize+ Gás Natural Liquefeito (GNL), o Ubuntu Liberty, que fez uma viagem inaugural da China para Saldanha Bay, na África do Sul, para coletar uma carga de minério de ferro de alta qualidade. Todos os navios foram construídos nos últimos três anos, em conjunto com a Shanghai Waigaoqiao Construção Naval Co.

Matt Walker, CEO do negócio de Marketing da Anglo American, celebrou o compromisso da empresa com um “transporte marítimo mais sustentável” e informou que a companhia é uma das líderes de mercado como fretador da maior frota Capesize+ bicombustível de GNL do mundo. “Ao adotar opções de combustível mais sustentáveis e com baixo teor de carbono, como o GNL, estamos contribuindo ativamente para um futuro mais limpo e verde para a indústria marítima. Os nossos clientes demonstraram grande interesse em aceder ao nosso frete Ubuntu, demonstrando um reconhecimento crescente do valor do transporte marítimo sustentável como parte de uma cadeia de abastecimento mais sustentável que os consumidores finais esperam cada vez mais”.

Com a frota Ubuntu, a Anglo American segue em busca de alcançar a neutralidade de carbono para seu frete marítimo controlado até 2040, em linha com seu Plano de Mineração Sustentável de operações neutras em carbono nsas minas até o mesmo ano. Os navios movidos a GNL oferecem uma redução estimada de 35% nas emissões em comparação com os navios alimentados por óleo combustível naval convencional e são os navios mais eficientes do seu tipo atualmente.

Desde que o primeiro navio foi carregado no início de 2023, a frota Ubuntu movimentou com sucesso e segurança 6,4 milhões de toneladas de minério de ferro e carvão siderúrgico através de rotas marítimas globais. Além disso, a frota Ubuntu realizou mais de 30 paragens de reabastecimento de GNL em locais estratégicos como Singapura e Malásia.

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28/02/2024 17:00h

A planta está sendo construída em uma instalação com experiência em tecnologia de processamento DMS

A Atlas Lithium anuncia que a construção de sua planta modular de processamento de lítio DMS continua em vias de ser concluída no segundo trimestre de 2024. A planta está sendo construída em uma instalação com experiência em tecnologia de processamento DMS. Segundo a empresa, o projeto está dentro do cronograma para comissionamento e primeira produção de concentrado de lítio ambientalmente sustentável de alta qualidade no quarto trimestre de 2024. “Esse cronograma acelerado é possibilitado pela equipe técnica experiente da empresa, incluindo engenheiros com experiência operacional em DMS de projetos anteriores de lítio na Austrália, África do Sul e Brasil”, informa a companhia.

Para agilizar a construção e o tempo de produção, a empresa implementará a tecnologia DMS modular compacta, “uma abordagem não utilizada anteriormente para processamento de lítio no Brasil. Ao condensar componentes em módulos com área ocupada e peso significativamente reduzidos em comparação com plantas DMS recentes, a Atlas Lithium planeja agilizar a instalação e o comissionamento. Por exemplo, enquanto as instalações DMS tradicionais totalmente montadas normalmente pesam entre 250 e 300 toneladas, a planta modular da Empresa deverá pesar apenas 41 toneladas. A construção e pré-montagem do DMS modular estão bem avançadas no módulo primário de 100 tph e no módulo secundário de 50 tph”. 

A Atlas Lithium também informa que planeja realizar uma pré-montagem completa e testes dos dois módulos antes de serem enviados ao Brasil. Ao mesmo tempo, as equipes da empresa continuam a avançar na engenharia detalhada da mina a céu aberto inicial, bem como na infraestrutura de não processamento. Estes, por sua vez, permitirão instalação e comissionamento rápidos. 

Vários lotes de testes metalúrgicos realizados pela SGS Canada em amostras representativas de minério do Projeto Neves, da Atlas Lithium, confirmaram teores de produto final superiores a 6% de Li 2 O usando DMS padrão, “uma abordagem baseada na gravidade, que não usa qualquer substância prejudicial, produtos químicos ou flotação. A recuperação de espodumênio grosso foi em média de 74% com apenas 0,53% de Fe 2 O 3 , que é um nível muito baixo de impureza e, até o momento, todas as metas metalúrgicas quantitativas para o minério processado da Atlas Lithium foram atendidas ou excedidas”. A Empresa acredita que a alta qualidade percebida de sua planta e do processo de produção projetado e de seu material de minério foram fatores decisivos no interesse da Chengxin e da Yahua como compradores do concentrado de lítio da Atlas Lithium. Chengxin e Yahua comprometeram um total de US$ 50 milhões pelo direito de compra de 80% (120.000 tpa) da produção da Fase I, dando assim à Atlas Lithium um fluxo de receita visível.

Marc Fogassa, CEO e presidente da Atlas Lithium, afirmou: "Estamos muito satisfeitos por nos alinharmos com dois respeitados líderes da indústria de lítio em Chengxin e Yahua como nossos primeiros parceiros de compra. A confiança deles no produto Atlas Lithium afirma nosso modelo de negócios, que se concentra igualmente no rápido desenvolvimento de projetos e na produção sustentável de concentrado de lítio de alta qualidade, apoiado por uma equipe técnica e operacional experiente. Com tecnologia modular que permite a construção simplificada de plantas, seguida de rápida implantação e comissionamento, e o compromisso de fornecimento da Fase I, continuamos no caminho certo em nosso objetivo de alcançando a produção inicial no quarto trimestre de 2024."

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28/02/2024 16:00h

As duas operações haviam sido suspensas por determinação da SEMAS (Secretaria de Meio Ambiente) do Pará, que alegou irregularidades

A Vale S.A. informa que obteve decisões liminares pela 1ª Vara Cível de Canaã dos Carajás e Vara Cível de Ourilândia do Norte, reestabelecendo as Licenças de Operação das minas de Sossego e de Onça Puma. A Companhia reitera seu compromisso de manter diálogo com as autoridades competentes. 

As duas operações haviam sido suspensas por determinação da SEMAS (Secretaria de Meio Ambiente) do Pará, que alegou irregularidades para adotar a medida. Localizada em Canaã dos Carajás, a mina de Sossego é a primeira operação de cobre na Vale no mundo e atualmente encontra-se em processo de exaustão, mas a companhia pensa em utilizar as instalações para processar minério de cobre obtido em outras minas que nas proximidades, sob controle da Vale. A mina foi inaugurada em 2004 com uma capacidade de produção de 140 mil toneladas/ano de concentrado.

Onça-Puma, localizada no município de Ourilândia do Norte, é a única operação de níquel da Vale no Brasil e atualmente está passando por um projeto de expansão, com a instalação de um novo forno, de 85 megawatts, com investimento estimado em US$ 560 milhões. O projeto deve adicionar mais 15 mil toneladas/ano de produção de níquel contido em ferro-níquel a partir do segundo semestre de 2025.

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